segunda-feira, dezembro 12, 2005

a razão e o pavão

sono:
essa necessidade do corpo descansar
e eu aqui a procurar
mais uma frase para colocar nesse lugar
e satisfazer minha dor

...
dor? porra! dor não tá rimando!
...

rimo as palavras como um analfabeto
mas nunca desisti de tentar -
dizem que o Aurélio é o pai dos burros
mas nunca me dei bem com meu pai mesmo ...

sempre que abria o Aurélio entrava em regressão infinita - no final das contas eu estava procurando a raiz da primeira palavra e escrevia em um caderno a árvore genealógica das palavras ... por isso nunca gostei de estudar. sempre estudava e quanto mais estudava mais eu percebia quão vasto é o conhecimento e quão distante eu estava ... prefiro hoje em dia descobrir o caminho das pedras sozinho olhando pela janela do ônibus.

minhas pálpebras estão pesadas e meus olhos estremecendo pedindo para fechar. é um duelo meu com meu corpo.

ultimamente ele tá dando uns tilts - andando na rua as vezes dá uns pancadões na cabeça e umas tonteiras. minha cabeça parece que vai explodir e minha visão fica com tremedeiras. e sei que nenhum médico e nenhum neurologista poderá me ajudar nisso. a resposta eu já sei apesar de não conseguir compreende-la.

qual o fio da meada das coisas que aqui escrevo? o fio tem necessariamente que ter um caminho pelo qual percorrer? e quando soltamos um carretel de linha por uma escada? ele cai por si só ao acaso ... e cá estou eu enrolando as linhas soltas por mim escada abaixo... a linha até agora tem 29 anos de comprimento ... até quantos anos esse carretel se enrolará? em quantos degraus o carretel quicou e por onde ele andará? não estou querendo dizer que meu futuro é predestinado por um soltar de carretel de linhas por escada abaixo apesar deu perceber agora que isso teve um sentido intrínseco blbalbalbalblab

minha razão! óh maldita razão!
a voar com suas cores de arco-íris o pavão na noite chuvosa!

2 comentários:

kurosawa disse...

conexão!

kurosawa disse...

pavão na noite chuvosa........................(estado catatônico)