terça-feira, maio 30, 2006

Quem tem medo do lobo mau?

As paredes do meu quarto servem de cenário para o que chamo de altismo contrutivo. A vida é uma eterna meditação. Estou deitado na cama e as rachaduras no teto me fazem relembrar coisas há muito "esquecidas". A paisagem é noturna mas as luzes do teto estão acesas. Continuo tentando "inutilmente" olhar para o ponto cego atrás da minha cabeça. Quem está comandando o show? Não sou "eu", disso eu já sei, graças a Deus! Não posso criar-me, pois sou a criatura de Deus, a experiência que o meu "eu" julga ser mórbida, mas que não possui nenhum valor moral "em si". As paredes do meu quarto são como as que projeto na realidade, exceto que estas últimas são mais reais, tampando a visão do que se encontra do "outro lado", como um corte epistemológico, deixando a coisa-em-si ser o que ela é, sem perturbá-la muito, para que não acorde os demônios que habitam nas profundezas do coração. A fé. O minotauro continua vivendo no fim do labirinto que criei para me ver livre do monstro que me tira o sono e me faz ter medo de mim mesmo. São paredes intencionais, feitas de medo e cimento, feitas para não saber. E continuo a fugir. Sem "grandes problemas", continuo a viver, com medo e sozinho. Estou o tempo todo fugindo como uma criança que não quer ver o que lhe mete medo. Mas esta é a tua vida! E não fica melhor do que isso! Viva o agora! A dor! Esta é a tua vida! Pare de fugir para sua caverna silenciosa! A dor é a sua vida! O sofrimento é a sua vida!.........(...)........(...).

2 comentários:

Anônimo disse...

Viajei pelo labirinto de tua reflexão. O medo e estar sozinho me dão calafrios. O desafio: viver o agora. Como um texto deste blog: há tantos fantasmas de vivos mortos no meu presente... Não consigo livrar dos benditos. Boa Kurosawa.(Helmo)

Anônimo disse...

Quem entrou na minha jaula? Verme ou Kurosawa? Who the hell you are?
Beijos anônimos.