sexta-feira, setembro 16, 2005

infeliz

Me volto para dentro à procura da doença que corrói meu coração, o tumor que habita meu peito, cheio de mágoas, desespero e frustração. Quero extirpá-lo, destruir a tristeza dos covardes que não escolhem uma solução. Preferem a mágoa, o sofrimento e a condenação. Já avisei a todos, não quero ser feliz! Me deixem em paz, acompanhado da inútil melancolia dos que não querem a salvação. Sei que sou assim, e não quero sua ajuda, miseráveis! Deixem-me apodrecer na terra, continuem a encher o bucho de alegrias, para depois vomitá-las em cima de mim. Uma cova abri para meu coração, na esperança de que tu jogues a última pá de terra por cima do caixão. Assim estou desobedecendo a Deus, é tudo o que quero. Para que, no final, presencie sua grande misericórdia e me salve do inferno que eu próprio criei. Se quiseres, caro amigo, me acompanhe nesta jornada infeliz, para que possas presenciar a morte de um idiota, que no fundo só quer chamar a atenção daqueles que não soube respeitar. Talvez com isso aprenda a dizer sim a vida meu caro amigo, e possa eu fazer uma boa ação. Assim poderei ao menos me cubrir de vergonha do egoísmo que fiz minha razão de viver.

Um comentário:

Gabriel Queiroz disse...

muito bom!!!! poesia!!!!!