A questão "O que é o ser humano?" é A pergunta por exelência. A maior e única pergunta filosófica autêntica, a que realmente importa ser feita. Quem sou eu? O que é o ser humano? Qualquer indagação filosófica que não concerna esta pergunta não me interessa. É óbvio que não darei a resposta. Mas ainda assim, tecerei algumas considerações.
O que define o ser humano? O que seria o Ser do ser humano? Animal racional? Animal político? Homo sapiens? Acho que a definição menos pior é homo religiosos.
Bem, talvez eu não devesse tratar deste tema como uma dissertação, um tratado filosófico. Talvez, o melhor seria falar livremente sobre o que me vem a mente quando penso nestas palavras: SER HUMANO. O que acho que estou querendo dizer é: Não espere aqui uma definição, mas uma divagação. Sem mais delongas, vejamos.
Poderia começar analisando históricamente o ser humano, mas não acredito que esta seja a melhor abordagem. Até porque, não quero adentrar nem participar do ponto de vista científico desta pergunta, pois a ciência destrói o ser humano. Ela nos faz acreditar que somos animais que evoluíram do macaco, átomos frutos do mero acaso, seres para a morte e toda esta merda que só traz desespero e frustração, que habitamos um planetinha de merda no meio deste universo gigantesco, etc, etc, etc. Assim, passemos para outra visada.
Não sei qual é a verdadeira natureza do ser humano, mas não quero pensar o que todos querem que eu pense. Tenho uma dúvida que carrego desde que me entendo por ser humano. A pergunta é: Será que eu estou bem configurado? eu explico. Já viram aquele filme Matrix? Pois então. Talvez eu tenha algum erro de configuração, alguma falha na matrix que me impede de viver a vida confortávelmente, como um animal, como um suíno que pode ser considerado feliz quando encontra pasto para comer. Ou então, o ser humano é isso mesmo. Um ser que está sempre divagando, que está sempre se perguntando se não estaria melhor de outro jeito e nunca está satisfeito com o quinhão que lhe cabe. Sócrates uma vez afirmou que uma vida sem indagações não vale a pena ser vivida. Será? Talvez, se ele estiver certo, minha vida vale a pena, pois o que mais faço na vida é me indagar. Indagar se o que faco tem algum sentido, se estou vivendo minha vida plenamente, se estou acordado ou dormindo... Enfim...não é a toa que me formei em filosofia. Mas voltando, talvez eu esteja mal configurado. Um professor de Filosofia uma vez disse que os filósofos tem algum defeito genético que faz com que eles fiquem vendo problemas gigantescos onde a maioria das pessoas não vêem nenhum. É uma boa explicação.
Mas o problema continua. O que é o ser humano? Se eu estiver certo, e Sócrates errado (pretensão? Foda-se, o filósofo aqui sou eu porra), a verdadeira natureza do ser humano é não indagar. Por isso que buda afirmou que o homem comum é quase igual ao sábio. Mas enquanto o homem comum não indaga porque está conformado com sua natureza, não acha nada absurdo estar vivo, como se a vida não fosse espantosa, o sábio por outro lado, sabe o quanto a vida é um milagre mas não é tão estupido a ponto de ficar pensando e se indagando e sempre duvidando se o que vê é ilusão ou não. Ele sabe que tudo é ilusão! E assim, ele percebe que tudo o que vê tem como natureza fundamental a impermanência, mas sabe também que possui uma natureza eterna, em comunhão com Deus.
Acredito que ainda não alcancei minha verdadeira natureza, pois não consigo ver as coisas como elas são. Os objetos, pessoas, enfim, tudo o que vejo está contaminado com minhas crenças, minhas projeções, etc e tal. Tenho o vislumbre de uma natureza essencial do ser humano que transcende tudo o que vejo, como se eu estivesse dormindo ainda. A verdadeira natureza do ser humano é o amor. É a abertura para todos os seres e tudo o que está em sua volta, sem o obstáculo do ego. Neste estado que não sei se é mental ou não, os budistas acreditam em uma não mente, mas enfim. Neste estado, o ser humano percebe que o seu eu nem o de ninguém tem essencia, e se abre para o todo, para Deus. É aí que se pode vislumbrar a verdadeira natureza do ser humano, que é comunhão com o todo, com todos os seres. É aí que se pode amar e compreender a verdade. Mas chega de filosofia. Já me encheu, e talvez já te encheu também, querido leitor. Agora quero falar poeticamente, livremente, sem conceitos ou argumentos dogmáticos ou não. Chega!
...bem...O ser humano é sofrimento. Isso é fato. O ser humano é patético, o ser humano é odiável, o ser humano é paradoxal e contraditório, e por isso, o ser humano é humano. HA! EUREKA! O ser humano é odiável e amável ao mesmo tempo. É luz e sombra. É Deus e Diabo na terra do sol. É noite e chuva. É frio e quente. É bom e mal. É tudo e nada. O ser humano é um conjunto de opostos, é tudo o que os filósofos e religiosos e poetas e escritores e trabalhadores e operários e todas as pessoas já disseram! O ser humano é tudo. Não dá para falar de qualquer coisa sem estar falando do ser humano. Qualquer coisa que eu fale, estará diretamente ou indiretamente ligado ao problema do que é o ser humano. Enfim, eu podia falar sobre qualquer coisa que estaria falando deste tema específico: SER HUMANO! Mas o destino ou o que quer que seja quis que eu falasse tudo o que falei até agora. Agora, cabe a você julgar o que escrevi. Ou não.
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