quinta-feira, dezembro 29, 2005

A Matemática do universo

Mais uma vez consegui "tocar" alguém! Infelizmente, as pessoas só comentam meus textos quando falo mal de pobre, defunto ou aposentado. E quando coloco aqui minhas mais profundas reflexões filosóficas? E quando tento desnudar minha alma, e quando falo sobre religião, e quando falo do meu coração? E quando...? Aí ninguém aparece! Ninguém se interessa! Todo mundo some! Daí quando começo a falar de coisas desagradáveis que revoltam as pessoas “de bem” me sinto até famoso! Que coisa estranha...

De qualquer forma, obrigado pela atenção! Já estou me sentindo de novo no centro das atenções, ainda que seja como cristo crucificado, sendo apedrejado e espancado. Falem mal, mas falem de mim. Esse é o meu lema egoísta carente e fudido. Meu só não. De todos os miseráveis espirituais e materiais como aquele rapaz que seqüestrou o 174. No fundo o que eu quero é chamar a atenção. Mas quem não quer? A diferença é que algumas tentam de um jeito escroto, outras sendo legais, outras, como eu, após tentar falar de coisas importantes e profundas nas quais eu realmente acredito, acabam apelando pra política, deixam recados pelos cantos e fazem discursos preconceituosos amaldiçoando pobres coitados agonizando no hospital (e que no fundo PREFEREM morrer) ou velhos decrépitos em coma desde 1980, como um menino que faz merda só pra receber alguma atenção dos pais desleixados. Aí parece que estou no meio do palco do teatro municipal lotado de seres humanos bonzinhos que adoram falar em ética e ideais politicamente corretos.

Voltando ao assunto. Hitler não fez nada sozinho. Teve muito alemãozinho botando pilha, ajudando e concordando com as idéias nazistas dele pra dar na cagada que deu. Bush também. Só está aí no poder porque milhões de americanos votaram nele. Por que? Por medo! Por egoísmo! Por burrice! Coloco minhas opiniões aqui para testá-las, embora muitas vezes eu tenha me “apropriado” de idéias de outras pessoas, só tendo organizado-as do meu jeito e escrito aqui. Mas se você concorda com algo, é como se no fundo você já soubesse disso, como se aquela idéia fosse sua também, senão as coisas não fazem sentido algum. Acredito piamente no mundo das idéias de Platão, aliás, é pra lá que eu vou nestas férias. De qualquer forma, coloco estas palavras e idéias aqui pra ver se as pessoas concordam ou discordam, pra ouvir críticas e mudar de opinião, pra confirmar que sou um gênio ou um imbecil nazista, ou nenhuma das opções anteriores. De qualquer forma, obrigado a todos pelos comentários. De verdade! Não vou citar nomes, pois tenho medo de esquecer alguém...São tantas pessoas que passam por aqui...

O primeiro passo é parar de ver as pessoas como vítimas, como coitadinhas, "pobrezinha da mendiga no sinal, num teve educação, deixa ela fazer o que quiser". O segundo passo é perceber que se não houver um controle de natalidade fortíssimo, não tem solução!


Sei que se não fosse o verme, este blog não teria nem metade do valor que tem. Portanto, esse texto de número cem é dedicado a você verme, e também ao logos, pois sem qualquer um dos dois, nada disso faria sentido ou existiria. Obrigado de verdade. E pra mim babaca é xingamento.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

egologista

e aqui estou eu com meu discurso mas também não sei o que fazer. no fundo eu fico puto quando vejo as favelas destruindo a mata ao seu redor. eu que sou um escalador de montanhas (um esporte bem burguês por sinal) vejo lá de cima as favelas se alastrando pelas montanhas desmatando a mata atlântica assim como as mansões dos milionários. entendo que a televisão por meio das novelas imigra uma galera pra cidade. entendo que a favela é um lar pra quem não tem grana. mas fico me perguntando o que fazer? eu sinceramente não faço a mínima idéia. o que faço não sei se adianta: dou 13 a minha empregada; trato bem trocadores de ônibus e vendedores ambulantes; sempre que posso dou caixinha para o cara do bibi sucos. mas e daí? será que se todos fossem assim melhoraria alguma coisa? e será possível todos serem assim? e talvez esse meu jeito de ser alguns não devem achar que sou o clássico populista de merda de esquerda que dá tapinhas nas costas de garçons e ficam falando da desigualdade social e no fundo não fazem porra nenhuma?
conversando com o sábio kurosawa (que às vezes dá mole e fala merda) naquele dia na cachoeira do horto ele me falou uma coisa quando eu estava falando sobre a natureza e sobre a quantidade de lixo que jogamos todo dia sobre a terra: "ô verme, a natureza está cagando pra gente". eu parei e pensei - "é mesmo". e depois ele perguntou - "pra quê?". "pra quê o quê?" - eu disse. "pra quê você se importa com a natureza se ela está cagando pra gente?". respondi que no fundo no fundo me importo com a natureza pra ela não acabar, pq se ela acabar nós morreremos. ou seja, no fundo estou sendo um EGOlogista e não um ecologista. nunca tinha pensado dessa forma.
e mais coisa surgiu nesse dia da cachoeira: parece que o caminho natural tecnológico é autofágico. parece que uma coisa leva a outra, tipo, criamos foguetes e naves espaciais e pensamos na possibilidade de habitar outros planetas porque o planeta terra um dia vai morrer, mas ele está morrendo porque criamos foguetes e naves espaciais. quantos tonéis de diesel são necessários para fazer uma nave romper com a força gravitacional e atravessar a atmosfera? quantas extrações de minério foram necessárias para construir aquele aparato celeste? quantas idas e vindas de navios petroleiros do bin laden serão necessárias? os filmes de ficção científica são proféticos ou nós que de tanto vermos eles acabamos copiando-os? como diria andy warhol "a arte imita a vida ou a vida imita a arte?"

tchutchucas e jacks matadores

vemos aqui o clássico bla bla bla burques. apresentamos o problema e nao apresentamos nenhuma solucao plausível.
"pobre é foda tem que morrer!". "vamos explodir as favelas!".
já estou prevendo festas no copacabana palace para arrecadar fundos para a campanha de ligação de trompas para quem ganha menos de 1 salário mínimo. é isso mesmo! pobre é foda! faz filho pra caralho! mas pq faz filho pra caralho? qual o prazer que essa gente tem? e que acesso elas tem a educação? é fácil, nós, que tivemos uma boa educação condenarmos eles de não tomarem pílula e de não usarem camisinha. ainda mais pobre que além de pobre tem filho com algum tipo de deficiência: estes deveriam então ir para a câmara de gás. coé kurosawa!!??? é isso que vc andou aprendendo na PUC? é muito fácil falar essas coisas quem sempre teve acesso a tudo.
sim, eu concordo com você que o planeta está super populado e etcetara e tal, mas daí a excluir ainda mais os excluídos ... o pessoal aqui da zona sul reclama que a árvore de natal trouxe os suburbanos pra cá causando transtorno no trânsito; criam cada vez mais piscinões de ramos e similares pra conter os "suburbanos" na baixada ... esse seu papo é divisor de águas. nao gostei do tom. vamos então dar educação. vá ensinar no sinal que a mendiga não pode ter filhos porque a terra não aguenta mais. HAHAHHAHAHAHAHHAHAHAH ela vai rir da tua cara mermão! ela tem fome e fica vendo o dia todo homens com carros que custam absurdos na frente dela e relógios de 50000 reais. e perto de um desses sinais vemos uma frase profética. "pra que ter medo se o futuro é a morte? assinado flanelinhas do leblon" ...
você que é estudioso do TAO: haverá uma hora que os excluídos virão a tona, e aí meu amigo haja ONU pra segurar a onda.

Muvuca

Sinto e pressinto e espero que este texto seja uma grande provocação para você, caro amigo intransferível, há muito sumido deste espaço virtual relativo. Hoje falarei sobre controle de natalidade, a favor é claro, ainda que eu já tenha nascido. Hoje falarei de fatos objetivos, tentando ao máximo me desfazer de estratagemas sofísticos de patifaria intelectual. Esta na verdade é uma segunda resposta, um pouco tardia para seu comentário que às vezes ainda me passa pela cabeça. Ou seria por outra parte do corpo? Não importa. Vamos ao que interessa!
Como diria meu professor, pois muito mal! Outro dia estava conversando na cachoeira com um verme que saiu da terra e que veio me contar que Bush é um tirano. Detectei um tom de culpa em sua voz por não estar fazendo porra nenhuma a respeito disso. Mas foi o povo que escolheu!!! - pensei dias depois. Há muito venho me convencendo que o ser humano é o animal mais estúpido da face da terra, ganhando até da galinha! O verme, não satisfeito, pensou na miséria do planeta. Mas o problema não é do sistema, não é do Bush, é do ser humano! - pensei dias depois. Tem gente demais no mundo, esse é o grande problema! Gente demais causa filas do INSS, miséria, favelas, destruição do planeta, desemprego, violência, enfim...praticamente todos os males da humanidade! Não há sistema, não há plano de governo ou salvador da pátria que possa solucionar o problema do mundo a não ser um controle fortíssimo de natalidade! Pobre é foda, faz filho pra caralho e depois fica na miséria! SE TU TIVESSE DEZ FILHOS PRA CRIAR TAMBÉM IRIA PRA FAVELA!!!OU NÃO?!!! Não há salário que aguente! Não há espaço! Está tudo superlotado! Acho que no fundo tudo isso é somente um estratagema de Deus ou o que quer que seja, para aprendermos a lidar e se relacionar com "o outro", mesmo que seja na base da porrada, todo mundo entulhado numa latinha de sardinha sem ter pra onde fugir a não ser lidar com seu vizinho. Mas podemos aprender de um jeito mais "agradável", rapaziada! Parem de fazer filhos! Temos de adotar o sistema atual da China. Lá, se tu tiver mais de um filho, é obrigado a abortar! Vá a praia! Percebes a diferença entre hoje e dez anos atrás? Tem gente pra caralho! MORRAM! É necessário o auto-sacrifício! Eu sou um telepata e acabei de ler na sua mente uma perguntinha muito da mal-criada. "Porque voce não se mata então?" Ahhh...Boa pergunta! Temos que controlar quem vai nascer, não quem já está vivo! E isso não inclui os mortos-vivos nos leitos dos hospitais! Estou pensando em não ter filhos...Será que me matriculei no curso pra santo ou pra nazista? Sinceramente não sei.

terça-feira, dezembro 27, 2005

avó

- vó, quero ser astrônomo.
- isso não dá dinheiro.
- então quero ser fotógrafo
- isso não dá dinheiro
- quero ser filósofo
- isso não dá dinheiro
- o que dá dinheiro então?
- vai mecher com computador, ou então vai ser economista ou então vai fazer administração e depois MBA em gestão empresarial ou então vai ser jogador de futebol!
- hã!! e depois o que fazer com o dinheiro?
- comprar sua casa própria, viajar pela europa, ficar em hoteis de luxo, pagar um bom colégio pro seu filho pra ele depois te fazer exatamente essa pergunta e vc ter as bases para responder a mesma coisa a ele.
- hummm, legal... (o neto não muito satisfeito com a resposta mas sendo persuadido por ela liga a televisão e fica vendo a xuxa na tv)

mãe

- mãe, quero ser astrônomo.
- é mesmo? que bonito meu filho!
- ou então quero ser fotógrafo
- ótimo meu filho!
- ou então quero ser filósofo
- que legal meu filho!
- pô mãe... tudo o que eu falo você fala que tudo bem!?!? eu fico confuso...
- mas você pode ser o que você quiser!
- hummm, legal... (o filho não muito satisfeito com a resposta por não saber direito o que quer liga a televisão e fica jogando atari na tv)

pai

- pai, quero tomar um ácido
- é mesmo? que bonito meu filho! compra um pra mim também
- ou então quero cheirar um pó
- ótimo meu filho! prepara uma carreira pra mim também
- ou então quero tomar um cogumelo
- que legal meu filho! cata pra mim também
- pô pai... tudo o que eu falo pra toma você fala que tudo bem!?!? eu vou ficar pancadão
- mas você pode tomar o que você quiser!
- hummm, legal... (o filho não muito satisfeito com a resposta por não saber direito o efeito que vai fazer em seu cérebro toma a porra toda e fica deitado vendo as nuvens passarem nos céus)

filho

- pai, mãe e vó, o que eu faço agora?
- se fode aemmmmmmmmmmmmmmm (todos em coro falam em alto e bom som e começam a rir)

sábado, dezembro 24, 2005

terça-feira, dezembro 20, 2005

Este blog não é um jogo de futebol

Já começo a escrever este texto de caso pensado. Um saco isso. Quero o espontâneo, o que acontece por acaso, o que sai sem querer querendo. No fundo sabemos muito bem o que queremos, mas nossa estrutura egóica fica querendo controlar tudo, controlar a vida, as experiências. Nós não gostamos de imprevistos. Fodam-se as previsões de tempo! Quero viver na mais profunda ignorância do que vai acontecer daqui a um minuto. Odeio a ciência com suas previsões, seus cálculos e premeditações, tentando controlar a vida e até a morte, a senhora suprema do desconhecido absoluto. Viva o momento espontâneo que acontece surpreendendo nossa mente. Quero o espanto. Quero o que não sei, quero não saber das coisas, quero aprender e desaprender. Vamos embaralhar de novo as cartas logo que terminarmos de jogá-lo. Cada dia é diferente do outro, nunca atravessamos o mesmo rio. Tudo passa. Como já dizia vovô Heráclito, o obscuro filósofo da sabedoria lá da puta que pariu do passado grego pré-socrático-platônico-ocidental. Ok. Está bom já ne? Obrigado mamãe, seu neném está bem. Por enquanto. Quero o momento, o instante mágico do que acontece sem esperarmos. Mas não. Nossa mente continua a querer saber o que vai acontecer daqui a pouco, planejando e tentando reviver coisas e repetir experiências que já passaram e não voltam e não terão mais repetição. Tudo passa. A impermanência de tudo é o que nos salva do inferno do mesmo. Quero o novo, embora o novo possa ser "parecido" com o velho. Um bis é sempre diferente do original. A mesma música no CD é sempre diferente. Livros mutantes me olhando da estante. Uma pesssoa nunca é a mesma pessoa. Não existe o que perdure. O que aconteceu com o que já passou? O que aconteceu com o meu corpo de quando eu tinha dez anos de idade? Para onde vão as coisas do passado? Simplesmente somem no vazio do tempo? Se o tempo passa, ele deve passar por alguma coisa. Quero surpreender minha mente, embora tudo o que eu faça é tentar controlar o que acontece, controlar as pessoas, reações, o tempo, a vida, minhas experiências, meu salário, meu "Eu", que no fundo nunca é o mesmo. Sou uma metamorfose ambulante de pensamentos e átomos pairando pelo vazio de um universo abismal. Chega de controle. Quero "deixar a vida me levar". HAHAHAHA! Que palhaçada! Odeio o Zeca pacotinho de pó! Fodam-se! Quero ser pura espontaneidade, matar velhinhas na praça "sem motivo nenhum"!!! Não confiem em mim. Sou um blefe de um péssimo jogador. Não tenho nada na mão. Embaralhem de novo esta merda pois eu perdi a vontade de jogar.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

DESESPERO

PAREM DE VIVER NESTE GRANDE BLABLABLA!!!!!!!

S.O.S. PARTE 3

No fundo tudo isso aqui é somente um grande pedido de ajuda. Um desesperado grito de "SOCORRO!!" disfarçado de poesia e reclamações! É por isso que ninguém deixa comentários "interessantes" ou elogios. Tudo o que dizem é algo do tipo "po, legal! Irado!" pra cinco minutos depois nem lembrarem mais do que leram (se é que leram). Um pedido de ajuda é sempre chato, inoportuno. Te tira do que você está fazendo, atrapalha seus planos e ainda por cima você é obrigado a ficar ouvindo alguém chorar ou reclamar da vida. Que coisa insuportável! Que imagem patética é um ser humano pedindo ajuda, chorando, completamente humilhado e sem dignidade, esperando uma esmola de atenção ou ato de misericórdia. A modernidade não comporta mais esse tipo de atitude. Viramos zumbis correndo de um lado pro outro e dando "bom dias" e "oi tudo bem" para outros mortos-vivos que "temos" de comprimentar! Ninguém mais quer segurar na mão do outro, que nojo! Isso é coisa de pobre! Pobre e favelado é que costumam se tocar, se dão as mãos na igreja universal e cantam juntos a melodia do senhor! Somos todos zumbis num grande blablabla patético sonhando com uma vagina de pelúcia encantada!
Amor só se for bem esterelizado e limpinho, sem muito contato físico ou conversas sobre coisas "desagradáveis". É por isso que o sexo é tão importante em nossa sociedade. Sexo pode ser sujo, vale tudo! No dia-a-dia, não há espaço para atitudes inesperadas ou autênticas. Siga as leis do "bom agir", comporte-se direitinho e fale sobre coisas bem superficiais. Assim você vai longe rapaz. Siga nossa ética do se dar bem e tenha sucesso na vida ou então procure um lugarzinho onde não incomode nenhum zumbi! O que importa é que o baile de máscaras não pode parar! Você decide!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

VÔMITO

Fostes corrompido até o último fio de cabelo do seu Ser, seu otário! Completamente enganado pelo demônio da imagem do vizinho que espreita teu ser liberto e tem inveja! Inveja de teu brilho, de tua alegria e liberdade! Agora és um ratinho de laboratório com medo, impregnado de desejos podres e repugnantes! LIBERTE-SE MEU IRMÃO!!!És muito melhor do que eles, sabes disso!!! Tão melhor que não o sentes, pois és generoso e vês somente a bondade que existe no coração de cada homem! Não se deixe enganar por eles. Não percas tempo procurando o egoísmo das pessoas, exalte seu lado fraco, puro e bom, este é o pior castigo que podem sentir! O mais corajoso é aquele que é bom, que tem bondade e inocencia! Nunca percas isso! Chega destes vermes imundos invadindo o seu ser, parasitas comedores de luz, invejosos de qualquer sentimento autêntico! Infelizmente, perdestes a inocencia, quisestes provar da maça envenenada, e agora ardes no inferno que tu próprio escolhestes, serpenteando eternamente pelo tempo deste universo corrupto! Não percas mais tempo com coisas mesquinhas e sentimentos inúteis! Lute pela sua liberdade, não pelos outros, mas por você! Volte a ser criança, siga teu coração, ela sabe o que faz! O homem virtuoso é aquele que tem coragem de seguir seu próprio coração! Não soubes dizer o que era céu e o que era o inferno! Agora pagas com tua própria dor e angústia! HAHAHAHAHAHAHAH! Seu merda! Vendestes tudo o que era importante, destes teu coração pra primeira idiota que apareceu em teu caminho em troca de pó, de merda!!! Agora sofres...Sabes que merece sofrer por não ter acreditado no Deus qjue habita no âmago de suas entranhas! MORRA AGORA INFIEL! Adorastes bezerros de ouro achando que eram sagrados, trocastes ouro por cocaína malhada, sentimentos autênticos por ondas de plástico nas raves do inferno, rodeado de demônios medíocres e miseráveis! Ainda assim, mantias teu orgulho de merda e pensava: vivo com os que não tem nada, não sou como vocês burgueses! Sou mais eu! IDIOTA!! Pagastes com tua alegria e liberdade otário! E mesmo agora não o vêes! São demônios seu retardado! Olhe em volta!!! Demônios! Achas que são anjos que caíram do céu??? Que tipo de ser humano é você?!!! Tu realmente achaste que passarias pelos portões do céu sem fazer o sacrifício? OLHE O CRUCIFIXO!!! ELE ESTÁ AÍ NA TUA FRENTE!!! Mas tu tens medo...Terminarás sozinho na floresta como um lobo abandonado! EMPAREDADO PELOS TEUS PRÓPRIOS TIJOLOS DE PEDRA! HAHAHAHAHAHAH! E agora vens pedir misericórdia! NÃO! Tu num pagastes nem um milésimo do que ainda tens de pagar! Lembre-se de tudo o que bom e verdadeiro...Lembrastes??? Agora esquece tudo pois tua sina é viver com os miseráveis coitadinhos que tentastes "salvar"! Mas que piada! Agora não há mais volta! Pode estrebuchar a vontade! Teu coração está vendido, e não há mais como reavê-lo!...Só uma coisa poderá salvá-lo...

O que será?

Hesse

Quem quer nascer tem que destruir o mundo

foda-se o verme

o verme passeia na lua cheia a procura da saída do inferno que ele próprio criou. ele vaga sozinho escutando os estridentes cantos maléficos ecoando pela caverna úmida e gelada. se acostumou de tal forma com esse som que não percebe mais que o está escutando - virou parte integrante de sua vida. escrever isso aqui e esse bla bla bla também já está enchendo o saco dele. a fotografia e arte que se fodam. o trabalho também - foda-se! foda-se minha família! foda-se esse blog de merda! fodam-se eu, tu, ele, nós, vós, eles! foda-se deus! foda-se jesus! foda-se buda! foda-se yin, yang, o tao! foda-se o tudo e o nada! sou pecador mesmo! mereço o inferno! fodam-se as criancinhas no sinal com fome! foda-se a fome da áfrica! foda-se bush e seu país de merda! foda-se a natureza! foda-se a raça humana! está tudo consumado!

Sinos e estalos

Cavando o momento presente a procura de um tesouro escondido nas profundezas da mina de meu coração, uma emoção, sentimento ou astral inebriante, estimulante, existencial...Sigo a linha do tempo a procura da eternidade de um instante mágico, vivo! Um momento de felicidade, de alegria contagiante, uma experiência de estar realmente vivo! No espaço entre cada passo encontra-se a felicidade...Basta saber procurá-la lá no fundo do seu ser, lá, só lá é que as coisas fazem algum sentido...Sabes disso! Sempre o soubes! Teu coração é uma mina repleta de diamantes, tão diferentes entre si, cada um mais bonito que o outro...Não olhes para fora, o que tu queres não está lá...Está aqui, embora possa estar lá TAMBÉM...Entende? O copo que tu vês não está lá, está na tua mente que cria tua representação do copo! Tudo está dentro...Nada fora...Tudo dentro...Preciso provocar a quem aqui para ter alguma resposta? Estarei eu falando sozinho? Onde estás anônimo intransferível? Alguém? Verme, onde estás tu? Ok...Facilitarei teu trabalho e colocarei um gancho no fim do texto...Assim quem sabe tu se anima...

UMA BOA NOTÍCIA! Resolvi agora escrever aqui TODO O DIA! Quem sabe assim não fique famoso como a Bruna Surfistinha e angarie fãs por todo o Brasil que acompanhem o Blog todo o dia! Talvez em um mês eu já possa ir no superpop falar com aquela Puta!

O verme passeia na lua cheia...A procura de que?

terça-feira, dezembro 13, 2005

bundas e duendes

Hoje vi uma bunda sem rosto. Vi uma borboleta azul. Linda. Hoje vi a nova espécie de malandro, o malandro carioca burguês. É aquele playboyzinho que acha que é esperto mas no fundo é um cuzão que se esconde por detrás dos "seus direitos" legais, dos seus amiguinhos playboys, do seu carrinho com vidro fumê. Hoje percebi que a vida é feita de escolhas, tão conscientes quanto poderiam ser, mas que usamos uma palavrinha ridícula e nojenta chamada "inconsciente" para fingirmos que a culpa pelo nosso fracasso, nosso caráter podre, nossa vidinha miserável não é nossa, ou pelo menos, somente nossa. Então culpamos o inconsciente, o Deus dos psicanalistas safados! Escolhemos dar sentido para nossas vidas ou não, escolhemos ser felizes ou não, escolhemos ser gordos ou magros, santos ou safados, homens ou viados, psicanalistas ou filósofos, músicos ou fotógrafos, carecas ou viciados. A verdade é dura como diamante, não é feita para os froxos, acadêmicos covardes, cientistas cínicos, artistas viadinhos e o povão "humilde". A imagem de Jesus nos contempla como a mostrar toda a nossa mediocridade espiritual, esperando que tenhamos coragem para seguir seus passos (será que estou virando cristão?), mas que permanece imóvel, tranquila e calma em seu lugar, pois sabe que, no fim, todos estarão com ele e com o pai. No final haverá a crucificação, quer você queira agora quer não. Sempre há escolha. A eternidade está aí, "esperando eternamente" para que você escolha mudar de idéia. Sem pressa alguma. Já estamos salvos. Sempre estivemos. Está tudo consumado. A eternidade é agora, mas para que exista a historinha da misericórdia, da glória e do perdão é necessário a ilusão do tempo.
Hoje vi também a miséria, estampada no rosto que acabei de criar na minha mente. E tudo isso aconteceu hoje, dia 13 de dezembro do ano de 2005 de nossa era, na eternidade do instante do presente sem duração temporal. O resto você sabe, é blablabla!

segunda-feira, dezembro 12, 2005

a razão e o pavão

sono:
essa necessidade do corpo descansar
e eu aqui a procurar
mais uma frase para colocar nesse lugar
e satisfazer minha dor

...
dor? porra! dor não tá rimando!
...

rimo as palavras como um analfabeto
mas nunca desisti de tentar -
dizem que o Aurélio é o pai dos burros
mas nunca me dei bem com meu pai mesmo ...

sempre que abria o Aurélio entrava em regressão infinita - no final das contas eu estava procurando a raiz da primeira palavra e escrevia em um caderno a árvore genealógica das palavras ... por isso nunca gostei de estudar. sempre estudava e quanto mais estudava mais eu percebia quão vasto é o conhecimento e quão distante eu estava ... prefiro hoje em dia descobrir o caminho das pedras sozinho olhando pela janela do ônibus.

minhas pálpebras estão pesadas e meus olhos estremecendo pedindo para fechar. é um duelo meu com meu corpo.

ultimamente ele tá dando uns tilts - andando na rua as vezes dá uns pancadões na cabeça e umas tonteiras. minha cabeça parece que vai explodir e minha visão fica com tremedeiras. e sei que nenhum médico e nenhum neurologista poderá me ajudar nisso. a resposta eu já sei apesar de não conseguir compreende-la.

qual o fio da meada das coisas que aqui escrevo? o fio tem necessariamente que ter um caminho pelo qual percorrer? e quando soltamos um carretel de linha por uma escada? ele cai por si só ao acaso ... e cá estou eu enrolando as linhas soltas por mim escada abaixo... a linha até agora tem 29 anos de comprimento ... até quantos anos esse carretel se enrolará? em quantos degraus o carretel quicou e por onde ele andará? não estou querendo dizer que meu futuro é predestinado por um soltar de carretel de linhas por escada abaixo apesar deu perceber agora que isso teve um sentido intrínseco blbalbalbalblab

minha razão! óh maldita razão!
a voar com suas cores de arco-íris o pavão na noite chuvosa!

sem ação

eu sou o merdinha da escolinha!!!!!!!!!!!!!!!!!

Meditação

Sou a criatura primordial! O uivo insano há tempos soterrado pelo sonho da razão...O universo inteiro nas entranhas de tudo o que sustenta o delírio da sanidade, de tudo o que tenta parecer seguro e calmo..Controlado...não sou pensamentos e solidão...Sou a vida!!! A energia pura, viva e abismal! O grotesco! O terror e a força da imensidão colossal! O grande OHM! A forma da verdade, dura como diamante!

Sou o grande grito da terra!

Pecador

Deus nos deu liberdade para pecar, para bater a cabeça na parede, dar murro em ponta de faca e errar, errar e errar...Agora vem cá! Quem pode me dizer a verdade? Quem? Tu? Demonstre teu poder e tua força para isto! Tu és livre! Faça o que tu queres pois é tudo legal! Eu faço o que as vozes dentro da minha cabeça dizem para eu fazer!O resto é besteira! Se conheceres a verdade, não há escolha! Tu farás o bem...Invariavelmente o farás...Que resta para fazermos? Abrirmos o coração? Seguir os passos de Jesus? Acho que prefiro seguir a fragância do perfume das mulheres...O que no final, deve dar no mesmo...

Em toda a minha vida, sempre soube o caminho certo...Sempre! Invariavelmente eu soube! Mas nunca o segui! E sabe porque? Porque é dificil pra caralho!

sábado, dezembro 10, 2005

pipoca

rá tah tah tah tah ti bummmmmmmm !!!!
ôh ié! a banana do tio bush já tá apodrecendo! quando faremos aquele mingal misturado com dendê para levar para a santa ceia?
digamos que tudo o que fez sentido até agora se perdeu. o interfone tocou e ela chegou... chegou o amor em minha porta e deixei-o entrar com todo com o prazer do mundo.
levo agora uma vida mais desregrada e com mais coração. despertei de uma névoa de sombras... antes eu seguia os dizeres das tábuas de valores emolduradas e gravadas por deus! daqui de baixo ouço o raiar de uma nova e - faz-se necessária - consciência. a terra muge pedindo socorro e nós cagamos pra ela! vemos por todos os lados os sinais e fingimos sermos cegos por desacreditarmos em nós mesmos... somos preguiçosos sim! temos preguiça de recusar o sandwich do mequi dônaldis. preguiça de separar o lixo dentro de casa pra reciclar. preguiça de dizer não!
a engrenagem está solta! como se soltassem uma louca desvairada na rua e ela ficasse correndo sem parar pelo meio da rio branco e todos batendo palmas e achando bela a giselle bundchen com seu sutien duloren vestindo casacos de pele de chinchila pedindo carona prum garotão sarado dirindo um volvo. e todos nós estamos sentados em frente a poltrona vendo esse filme na sessão da tarde.
plim plim!
chega disso, tá na hora de comer minha pipoquinha...

vos apresento o verme

o verme mor!!!!!!!
o verme passeia na lua cheia

quinta-feira, dezembro 08, 2005

nada feito

gabriel pediu pra sair fora do trabalho pois nao aguentava mais sua vidinha certinha de analista de sistema com salário garantido no final do mês - um exemplo de menino! o queridinho preferido da vovó! e nesses dias de verme se encasulando esperando a hora de virar borboleta vem toda hora de todos os lugares perguntas a zumbir em seu ouvido:

anônimo: e aí gabriel o que vc tem feito?

gabriel: tenho meditado deitado olhado pro teto pensado na vida e na minha condição. tenho andado pelo centro da cidade com sorriso de orelha a orelha observando as pessoas com suas armaduras-paletós-e-gravatas-e-taiêrs me olhando de canto de olho como que dizendo "pq que esse vagabundo de chinelinho havaiana está com esse maldito sorriso feliz aqui no meio do cinza do centro da cidade?". tenho tido tempo para lavar os pratos e fazer minha comida ao inves de ter aquelas infinitas diarreias. tenho escalado em plena terça-feira num dia de sol. tenho visto minha namorada e almoçado na casa dela em plena segunda-feira e depois tirado aquele cochilo de tarde dando beijinhos no pescoço. tenho visitado meu tio em seu trabalho e dado um bjo na tia antes do almoço. tenho acordado despreocupado sem olhar pro relógio e com o coração relachado. feito? eu não tenho nada feito. tô deixando o tempo mover lentamente como há de ser.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Entrando no esquema

Que tal mudarmos o tom da conversa? Okay? Tá combinado então! Hoje vamos falar sobre coisas da vida, vida vidinha mesmo, cafezinho na padaria, quer manteiga ou margarina, meu amor? Então beleza, vista uma camisa do flamengo, peça uma cerveja no buteco, coloque o novo CD da Ivete porque hoje vamos falar sobre coisas banais! Vamos contar uma historia da vida, vida vidinha mesmo, cotidiana...Vamos dar um tempo das crises, é ou num é, meu chapa? Fala sério meu irmão, que mané Deus? vamos falar sobre a Luma de Oliveira!SHOWWWWWWWW! Queria eu ser o Joaquim pra tomar um nescau com a Luma. Oh baby! Que mais? O show do Pearl Jam, quem foi? Cheio de grunge fedido/fudido! Mas nada pior do que o festival Claro que é Merda! E o mais triste da história...EU FUI!E ainda paguei 100 REAIS!!!No meio do festival, depois de já ter esperado horas, fumei um baseado só de tédio e raiva com a minha amiga J. e o marido dela D. Depois comi um cheeseburger do Bob´s também só de tédio e raiva. Algumas horinhas depois, eu, fumadão (fazia tempo que não fumava), conversando com a J. e tomando uma Bavaria estupidamente gelada que custava apenas 4 reais o copinho, encontrando nego do C.A e rindo para não chorar, resolvi que ia repensar minha vida inteira no dia seguinte. Falei isso pra J. e ela concordou e rimos de nossa própria desgraça. O que eu estava fazendo lá? E mais, lá pelas quatro da manhã, a hora em que acabou o festival Claro qué é Merda, tudo o que eu queria era ir para casa e dormir algumas poucas horas antes de trabalhar...Mas o destino tinha outros planos para mim...Chegando no carro descobrimos que o pneu estava furado...Até aí tudo bem. O problema é que meu amigo D. estava SEM ESTEPE! Enfim...Pegamos um taxi e tudo acabou bem...Dormi duas horas e fui trabalhar... Nada tão trágico assim...Mas a cena mais hilária aconteceu na hora do show do Good Charlotte(pra quem não conhece é uma banda rock gay adolescente), uma gordinha toda vestida de preto, com a camisa da banda, pulando, cantando e chorando em frente ao palco, ao lado do pai, um negão barrigudinho com um fone de walkman no ouvido (aposto cem reais que ele estava ouvindo um pagodinho) olhando pro outro lado! Hilário!Agora cá estou eu trabalhando, quer dizer, enrolando um pouco antes de trabalhar, eu e meu relógio novo, meus colegas novos...Enfim...Daqui a pouco vou almoçar, voltar pro trabalho, chegar em casa de novo, colocar meu chinelinho, bermuda rasgada, comer uns salgadinhos, tomar uma cerva, ver a novela, viver minha vidinha de funcionário público, ver o noticiário, falar mal do governo, que beleza! Domingão passado fui a praia e me senti um genuíno carioca da gema. Que alegria! Finalmente sinto que faço parte da sociedade, sou um típico carioca, a vida não faz sentido algum, mas e daí? Tem a praia, o choppinho na sexta-feira e a revista playboy...Vem chegando o natal, todo mundo se encontrando, família reunida, oi tudo bem? O que tem feito? Vinhozinho, champagne, rabanada, peru, presunto e cervejada...Que beleza...Todo mundo se ama tanto, o fim do ano vai chegando, décimo terceiro, tô até pensando em casar, ter filhos, pagar aluguel...Que mané Jesus, rapá? Fala sério, vou é juntar dinheiro para comprar um carro popular e uma casa própria! É isso aí! Eu amo a rotina! Agora só falta eu gostar de futebol e comprar uma camisa do flamengo...Acho que vou me jogar pela janela...

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Feliz Natal

Neste natal, entupa o rabo de presunto e rabanada, encha a cara de vinho e champagne e grite comigo: FODA-SE O MENINO JESUS!!!

terça-feira, novembro 29, 2005

Odeio o meu eu psicanalista

Quizumba orgânica imaterial

Sinta a vida te apertando até não sobrar mais espaço para ti...

E então...Torne-se a própria vida e flua pelo universo sem centro universo despropositado e gratuito milagre divino "O milagre divino" da criação espontânea sem sentido amor imaterial...(suspiro)... Seja o universo! Seja Deus o mais injustificável justo e paradoxal nem bom nem mal seja a morte que faz parte da vida e VIVA! Viva os momentos de globalização incessante e a morte pelos corredores das prisões...FEBEM...O sol!...(ufa)...Seja todas as pessoas e animais ações desinteressadas pensamentos vagabundos vagando pelo vazio da comtemplação de Deus...O amor.

Viva!Morra!Ame!

FODA-SE!

Falar mal

Psicanalistas safados! Que espécie de brincadeira é essa? Analisem a minha pica seus filhos de uma PUTA!!! Não quero mais ser psicanalisável, assujeitável, explicável, pesquisável, processável, VÃO SE FUDER! Quero ser pura espontaneidade, gratuidade sem sentido! Nada mais de ser racional - O SER HUMANO NÃO É RACIONAL! - Somos bestas selvagens, parasitas fracassados, contradições ambulantes, porcos no chiqueiro fabricando leis! Ética? Que ética??? A ética é feita por e para bandidos e marginais! Lula no poder (PUTA QUE PARIU) e os anjos no inferno! Fodam-se acadêmicos arrombados! O que são vocês? Pensadores ou punheteiros mentais? Quero que o mundo inteiro chupe a minha piroca! A burrice é o mal da humanidade! Jesus está vivo e comprando DVD pirata de pornografia! Que saco todos vocês! Morram!!!
E NÃO VENHAM TENTAR ME ANALISAR, PROCESSAR OU EXPLICAR!

MINHA ANATOMIA ENLOUQUECEU, SOU TODO CORAÇÃO!

terça-feira, novembro 22, 2005

rotina

Na minha cabeça habita um assassino de criancinhas mas eu não sei o nome dele, na verdade eu nunca o vi mas sei que ele mora lá porque AAAARRRGGHHHHHHHHHHHHHH!
Por isso, tá vendo? De vez em quando sinto uma dor no meu pâncreas e começo a querer berrar, sair correndo e quem sabe matar esta velhinha que trabalha no meu lado e usa uns sapatos cor de SATANÁS!!!!! E a vida continua, sim, eu estou bem, eu sou um cara normal, não, obrigado, não há nada de errado comigo não meu querido, fica tranquilo que já já eu vou ficar com RAIVA E ARRANCAR A CABEÇA DESTA FADINHA QUE FICA APARECENDO NA PORRA DA MINHA FRENTE!!! desculpe, já passou, eu estou bem de novo, não há nada o que se preocupar...desculpa.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Reticências febris

Leio seu texto Verme e sinto algo em meu estômago se mexer...Existe ironia na vida ou apenas sabedoria? O que fazer? Vida, que tipo de conselho estás a me mandar por intermédio de meu amigo Moriarty desperto novamente? Isso é uma comédia ou uma tragédia? Devo rir ou começar a chorar? Acho que vou gargalhar...De nervoso.

Um lampejo de alegria brota em meu ser neste dia de sol febril que confunde as idéias de quem ainda tem a coragem de pensar em coisas como felicidade, alegria, destino e liberdade. O que faço com a minha juventude? Duas semanas de trabalho e já tive tempo de me acostumar a tudo e a encher o saco e querer pedir demissão. O que acontece comigo? Para que estou aqui trabalhando em textos e cursos e assuntos que não poderiam me interessar menos? Para ganhar meu salário suado e comprar coisas que não preciso nem quero e dizer em alto e bom som que sou um cidadão respeitável e ciente de minhas responsabilidades como membro deste enorme país chamado Brasil que precisa de minha ajuda? E quanto aos miseráveis imbecis que querem fazer cursos on-line para se encher de diplomas e ganhar mais dinheiro e colocar carvão na máquina do sistema imperialista capitalista e burro, eles também precisam de mim? Será que a filosofia responde a estas questões? Acho que não, por isso rompi com ela. Não aguento mais ouvir falar em Kant, Sartre, Platão, Schwazzeneger ou o filho da puta que seja... o único que me dou o direito de ler é Heráclito, não tanto pela sua genialidade, mas por ter escrito em fragmentos, pequenos e profundos fragmentos...É assim que deve ser escrita a verdadeira filosofia...Em fragmentos...De preferência pequenos e bem humorados...Minha juventude passa enquanto a vida dá saltos de alegria e corre atrás de outro panaca para sacanear... Estou perdendo minha serenidade, juventude e cabelos e começo a achar que inicio minha conversão para o lado negro da força me entregando para o sistema. Verme, dá pra existir maior conexão, por mais que esteja de cabeça pra baixo?

ãnima

exatamente um mês se passou...
solto, livre e liberto.
de quando em quando as coisas que passam despercebidas agora fazem todo sentido. o sentido único - a respiração vital.
vejo com outros olhos o que meu coração sente e o respeito mais apartir de agora. não mais me sacrifico com as coisas, pelas coisas. penso mais em mim e em minha felicidade. e haja felicidade e haja sol!
gosto mais ainda do mar e das pedras e dos pássaros voando sobre as águas. observo o olhar aguçado dilatado da garça caçando um peixe. e a sujeira boiando ao lado dela.
o diesel dos barcos colorindo as águas e os siris fazendo uma festa embaixo d'água.
não quero mais sofrer... cansei do computador e da minha medíocre vida acorrrentada as cadeiras vendo o universo passar a minha frente pesquisando minha vida no google ou sonhando viagens no google earth.
finalmente consegui me libertar! desprezo a estabilidade, o 13º, as férias remuneradas e uma vidinha estável! cortei o cordão umbilical e quero agora mamar nas tetas do mundo! a estrada está a minha frente e é pra lá que estou indo. e uma parte de mim fica falando:
"mas caraca vc tá com 28 anos!!! ficou louco? e o emprego da petrobrás? e a estabilidade? e os filhos e casa própria?"
e eu digo a mim mesmo: FODA-SE!!!! QUERO A MINHA FELICIDADE!!!
é tarde pra correr? nunca é tarde pra entrar em uma nova empreitada! estou mais vivo que nunca. sinto de novo meu coração pulsando e a expectativa de coisas novas e possibilidades surgindo...
queria eu ficar esperando a minha vida toda um meteoro cair sobre a terra? eu, o estagnado espectador passivo resolveu se mecher...

sexta-feira, outubro 21, 2005

uma história desinteressante da vida comum

personagens:
gabriel - analista de sistemas, escalador, burguês e yuppie existencialista.
rosinha - empregada doméstica.
renata - namorada do gabriel, professora de pilates e fisioterapeuta.
bruno - fotógrafo, amigo e vizinho do gabriel
rafael - auditor e escalador amigo do gabriel.
antonio - pai de gabriel, não trabalha, maluco e alcólatra.
mãe da síndica - aposentada, surda e chata.

uma introdução:
rosinha veio da paraíba, se casou, não tem filhos e mora na comunidade do complexo do alemão em jacarezinho. toda sexta ela pega o trem e salta na leopoldina deonde pega o 460 e salta na lagoa para ir até a casa de gabriel, no jardim botanico, trabalhar como diarista. as obrigações diárias dela consistem em passar roupa, dar uma geral na casa e fazer uma quantidade razoável de comida que dure uma semana. às vezes, também, vai ao supermercado quando gabriel está com preguiça de fazer as compras, mas o supermercado é perto, fica a menos de dois quarteirões da casa dele. ela chega as 9 da manha e sai por volta das 4 da tarde. gabriel gosta muito dela e de sua comida, não a explora, não dá ordens e apesar dela não ter carteira assinada, ele procura sempre no final de ano dar um bom agrado a ela. bem ... horário flexivel, conversas amigáveis, liberdade ... gabriel se acha um cara bondoso.

a história desinteressante:

(8:30 da manhã e gabriel ainda deitado na cama e rosinha abrindo a porta de casa)

rosinha: "gabiiiiiiii!!"
gabriel: "ôôôôôôôôôôôba"
rosinha: "bom dia!"
gabriel: "bom dia!"

(silêncio. gabriel ainda deitado na cama olhando para o teto. rosinha vai até a área e pega as camisas sociais no varal para passar.)

gabriel: "rosinha, vai lá trabalhar pra mim."
rosinha: "mas eu não sei fazer o que você faz."
gabriel: "é só ligar o computador e ficar olhando pra tela que tá tudo bem"
rosinha: "é isso que você faz é?"
gabriel: "é"

(gabriel continua deitado na cama olhando pro teto)

rosinha em tom de reprovação: "levanta da cama! vai! tanta gente procurando emprego por ai e você ai resmugando!"

(gabriel rapidamente se levanta da cama e vai fazer compras no supermercado. compra batata baroa pra fazer purê, cenoura para fazer cozida, frango, farinha de trigo e peito de frango para fazer dois empadões de frango e 4 latas de leite moça para fazer doce leite na panela de pressão. [sabiam disso? é bonzão - você coloca as latas na panela de pressão com água cobrindo elas e depois que começa a apitar deixe por 40 minutos. pronto! e temos o mais maravilhoso doce de leite!] gabriel diz que o empadão da rosinha é algo fabuloso. ele mandou fazer dois porque foi aniversario de um amigo dele, o basa, que mora um andar acima de sua casa e gabriel resolveu dar um empadão e duas latas de doce de leite de presente de aniversário para ele que se amarra no empadão da rosinha e se amarrou no esquema do doce de leite que ele não conhecia. gabriel chegou em casa e rosinha disse que o telefone celular tinha tocado e que tinha ligado uma moça pro telefone comum dizendo que o paciente antonio estava solicitando sua visita à clínica de recuperação. gabriel ficou resmungando e foi ver quem tinha ligado pro celular e ligou de volta.)

gabriel: coeh rapá
rafael: fala bilbo
gabriel: diga
rafael: mermão, que parada foi aquela que tu me arrumou?????
gabriel: é cara!!! mó onda!!!! UHAhuahuaUHaUHuhahuauhAhuaHUaUH
rafael: dei um doizinho sentado na privada antes de tomar banho e fui ficando estranho, estranho e depois do banho fui fazer meu alongamento e depois durmi que nem um buda!!!!!
gabriel: HUAuhaUhaUHaUHhuahuauhaUHAUHuhAuha
rafael: vamo almoçar hj?
gabriel: só se for tarde, estou atrasadão pro trabalho... já vou chegar tardão lá...
rafael: blz, me liga.
gabriel: valeu, abração

(gabriel foi tomar banho. no banho se lembrou do sonho que teve com a renata que apesar de não se lembrar, ficou um sentimento estranho de mal estar - era um sentimento de rejeição. ao sair do banho ligou para ela)

gabriel: oi
renata: oi
gabriel: po tive um sonho estranhao com vocÊ
renata: q q vc sonhou?
gabriel: não lembro ... mas lembro do sentimento ruim que ficou
renata: qual foi?
gabriel: um sentimento de rejeição
renata: ah .. não fica assim não!!! eu nunca te rejeitaria!!!
gabriel: show
renata: vem aqui pra casa de noite
gabriel: demorô
renata: bjos bjos
gabriel: vários bjoss

(gabriel ficou tranquilo, se arrumou pro trabalho e preparou a mochila porque no dia seguinte iria ter que trabalhar numa fábrica de armários de cozinha, que é um freelance que ele arrumou.
rosinha ainda estava passando roupa na sala e gabriel foi calçar o tênis sentado na escadinha que tem na porta que dá acesso a varanda.)

gabriel: "pô rosinha, chatão passar roupa né? tu tá ai a mó tempão."
rosinha: "é, não é o que eu mais gosto de fazer não..."
gabriel: "se meu chefe e nego lá no centro não se importasse com essa merda tu não taria ai de jeito nenhum"
rosinha rindo: "o que que deu em você hoje?? às vezes te dá essas esquisitices..."

(gabriel tomando seu café da manhã)

gabriel: rosinha.. vc se casou em igreja?
rosinha: sim
gabriel: quando eu for me casar não quero me casar em igreja não. se é que algum dia vou me casar.
rosinha: haha hoje vc está engraçado... meu marido não queria se casar em igreja não. pra ele tanto fazia. mas eu cheguei pra ele e falei: "se você não quizer casar em igreja vai arrumar outra. comigo vai ter que ser em igreja!" e ele pra não ter trabalho foi lá e se casou comigo mesmo ...

(depois de terminado o café, antonio ligou a cobrar pro seu celular)

gabriel: fala doença
antonio: fala verme!
gabriel: diga
antonio: os seguranças estão aqui entrando em todos os quartos revirando tudo - falou agitado
gabriel: hã? q q tah rolando ai?? ele tão fazendo o que??
antonio: nada, nada é só inspessão de rotina
gabriel: ah tah ... ah pai vc ligou a cobrar pro celular ... tah mal falar assim ... depois nos falamos
antonio: tah blz depois me liga
gabriel: falou!! bjos, tchau
antonio: bjos

(desejou bom final de semana a rosinha e saiu de casa. se encontrou com a mãe da síndica na porta alugando o motoqueiro da cipa. ela o parou e começou a falar:)

mãe da síndica: já viu isso? - falou apontando para a outra entrada do meu prédio com a porta aberta, para onde gabriel olhou e viu que tava o chão todo cagado com cocô de cachorro
gabriel: karaka
mãe da síndica: é cocô humano?
gabriel: acho que é de cachorro ...
mãe da síndica: curioso... só eu e o bruno temos cachorro...
gabriel: hummmmm
mãe da síndica: agora, quem vai limpar isso aqui? eu?
gabriel: é .... sei lá .... bem, vou indo
mãe da síndica: ....

(ela balbuciou algo que gabriel não escutou pois já tinha descido a rua. gabriel pensou se o basa, como tinha bebido horrores na noite anterior comemorando seu aniversário, não teria na madruga descido com o cão já desesperado pra cagar e se não teria cagado tudo...
gabriel foi e esperou o ônibus no ponto. como o primeiro ônibus que apareceu foi um daqueles frescões que vem da gávea em direção a praça mauá, gabriel pensou nos trÊs reais da passagem mas não exitou e pegou ele mesmo. também, ele se amarra numa mordomia e esse ônibus tem as poltronas confortáveis e o ar condicionado potente! gabriel entrou e se acomodou em sua poltrona, abriu a portinhola do vento e o direcionou diretamente para cima dele. abriu a mochila e pegou o livro que tinha comprado no dia anterior na feira de livros que tava tendo no largo do machado logo depois que saiu da terapia. o que mais chamou a sua atenção no livro foi o título "como mover o monte fuji?" - logo gabriel que adora esses koan's orientais. pediu o livro para dar uma olhada e viu que era um livro falando sobre as perguntas que são feitas durante as entrevistas para selecionar profissionais para a microsoft. tinha no livro perguntas de lógica, probalidade e koan's impossíveis! gabriel gostou, comprou e agora o estava tentando ler no conforto do ônibus indo pro trabalho. mas como é difícil para ele se concentrar em livros tendo um novo universo a sua frente vivo! - não é de costume ele pegar esse ônibus, geralmente ele pega os normais de 1,80 mesmo. ficou reparando no tipo de pessoas que pegam esse ônibus: uma senhora mais velha entrou e ficou de cara emburrada resmungando alguma coisa com o cartão do riocard na mão enquanto pegava o dinheiro na bolsa; logo depois entrou um coroa meio troglodita de cara emburrada e começou a discutir com outro porque o outro estava sentado lendo um jornal com as pernas cruzadas e o pé apontado para o corredor e o troglodita encostou a calça social no sapato do outro. o troglodita reclamou, resmungou, o outro ignorou e o troglodita saiu bufando esbarrando em todas as cadeiras e foi pro final do ônibus; mais uma figura entrou no ônibus, agora um senhor de uns 50 anos com várias tatuagens no braço, de bermudao e tÊnis e com aqueles brincos redondos vazados para alargar a orelha imitando índio que deixa um buraco enorme no lóbulo da orelha. gabriel suspirou e olhou para a parede colossal da face sul do corcovado e viu os fios de água escorrendo pela parede. se lembrou imediatamente do carnaval passado em que um amigo dele passou ali pendurado em uma via de escalada chamada oitavo passageiro. o ônibus continuava parando e as bonitas e arrumadas mulheres que entravam tinham o nariz empinado e cara de bunda, os homens eram cheios de marra e um baixo astral de energia completamente negativa rondava por ali. e no meio disso percebeu como em ônibus comuns as pessoas são diferentes daquelas, mais simples e mais sorridentes. não que seja uma regra mas o que se passou pela cabeça dele foi isso. conseguiu enfim ler o livro até passar em frente ao mam e saltou no ponto de costume no primeiro ponto da antonio carlos e foi andando para o predio aonde está trabalhando. suspirou fundo e entrou. disse bom dia a moça da portaria, pegou o adesivo, colocou na camisa e quando estava prestes a apertar o botao do elevador um senhor que estava lá no salão principal dos elevadores apertou antes para ele. gabriel agradeceu e o som que avisa que um elevador está chegando tocou. a porta abriu, e gabriel entrou. apertou o botaõ SL e se olhou no espelho para ver como a barba estava por fazer, a careca aumentando e a espinha na testa ainda não tinha secado - mais suspiros. a porta do elevador se abriu e ele bateu na porta de vidro que é presa por um imã. lá dentro é o cpd, aonde ficam todos os computadores da empresa aonde ele está trabalhando. o identificaram e abriram a porta. ele entrou e disse bom dia a todos e foi andando calmamente até sua cadeira, ligou o computador, sentou-se e começou a digitar esse texto totalmente desinteressante de um dia comum de uma vida comum.)

terça-feira, outubro 18, 2005

o porto

é meu amigo, estou adormecido nesse blog. não estou conseguindo mais escrever - tenho achado meus textos repetitivos e chatos. outro dia estava começando a escrever um texto (que aliás começou muito bem) e mais uma vez nele apareceram aqueles rompantes de querer virar energia, de berros e uivos. e o que me incomoda é que meus textos dizem coisas que eu não sigo. são como as formas de pão ideais de platão tendo eu como o padeiro perfeccionista. aliás, digo o perfeito aqui como o meu modo que seria perfeito de ser: emancipado materialmente, selvagem e feliz. às vezes penso que no fundo no fundo meus textos são pretensiosos e megalomaníacos. cansei de escrever: to querendo viver mais e pensar menos. aproveitar essa vida que num piscar de olhos nos escapa pelas mãos. já tentou segurar a água com as mãos abertas? já tentou pegar o vento com uma peneira? já tentou colocar o sol em um potinho e colocar na estante da sua mansão? é ... as coisas e o mundo estão ai pra serem experimentados, sentidos, não para serem possuídos. não possuo nada nem ninguém. muito menos possuo a felicidade. ela é para ser encontrada, cumprimentada, dar um abraço bem gostoso daqueles saudosos e esperar que se vá com os olhos cheios de lágrimas mas sempre com a esperança de que voltará a ver de novo - que é o que sempre acontece.
quero viver. amar. experimentar tanto a dor como o prazer. e bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla bla !!!!!!!!!!! azblibows bublabows!!!!!! e mais azplikows puplaktziz!!!! blog blog blog blag blag blag!!!!
hahahahahhahaahahahah!!!!!!

chega! minha nau rumo à vida aportou e é pra lá, seguindo o sol a banhar-se no mar, que vou!

quarta-feira, outubro 12, 2005

To be

Jamais houve um tempo em que não estive a procura do Ser. Quando me refiro ao Ser, aponto para o lugar onde ele não está. E sei que ele não está lá. Ele não está em lugar algum...Ele está aqui. Agora.
Apesar de não conseguir capturá-lo, e jamais conseguirei, continuo procurando, sempre em busca do Ser que nunca se perdeu, mas que sempre esteve exatamente onde estou. Se não foi perdido, porque estás a procurar? Comece lavando o seu prato, pois não há lugar onde se possa atingir qualquer "iluminação", não há caminho. Nenhum caminho leva ao Ser. Pois o Ser não se pode encontrar. E mais, ele não é para ser encontrado, pelo menos não por "alguém". Por isso não posso vê-lo, não posso tocá-lo. Por isso não estou em lugar algum. Onde eu estaria? Do ponto de vista de quem?
Estou falando de coisas que não se pode falar, mas continuo falando, falando, falando...E daí? Quem quiser entender, que entenda. Quem não quiser, que continue a xingar. Transplante de ego. Quanta besteira. Seu ego não está em lugar algum. Pelo menos em nenhum lugar que você possa olhar, tocar, capturar, desberlotar...Destruir, aniquilar.

Não há quem entenda coisa nenhuma.

quinta-feira, outubro 06, 2005

transEgo

não quero dormir pois tenho medo de acordar. fico por aqui perambulando por esse estado de vigilia procurando algo para fazer, vasculhando sites na internet ou então esperando até que o kurosawa escreva algo para continuarmos nesse caminho sem sentido algum de escrever sem parar divagando sobre o pensar.
tenho sonhado muito, sonhos com catracas na orelha, negação a deus, copos se transformando em chifres, carros afogados sendo dirigidos por espíritos, macacos jogando côcos na minha cabeça, baratas saindo do meu coro cabeludo, surf em piscinas artificiais dentro de salas, vidas submarinas ... ai ai ai...
acordo e indo trabalhar na minha rotina diária - jardim botânico, voluntários, praia de botafogo, praia do flamengo, beira-mar, passeio - fico reparando como a personalidade e a vida vai moldando o rosto das pessoas: um cara alegre fica com rugas voltadas para cima ao redor da boca, já um cara triste emburrado fica com as testas pesadas e as rugas ao redor da boca voltadas para baixo...
e por falar em rotina diária, vi hoje em um outdoor de ponto de ônibus uma frase da poeta e atriz elisa lucinda que me deu um soco no estômago: "Parem de Falar Mal da Rotina". depois dessa frase comecei a olhar as pessoas na rua com outros olhos e a frase que um mestre zen disse a seu aluno depois que este lhe perguntou "mestre, como faço para atingir a iluminação" o mestre lhe respondeu "Comece lavando seu prato" fez todo o sentido para mim. e logo eu que reclamo tanto da rotina! meu deus! como reclamo ... sou um chato insuportável. até eu não me aguento mais! quero parar de pensar!!!
- será que já fazem por aí transplante de ego?

quarta-feira, outubro 05, 2005

Desnudar

Queria me desnudar por inteiro...Mentira. Não quero saber o que se esconde por detrás do labirinto, o Minotauro não é conhecido nem será. Que faço eu? Eu, eu, eu, eu, eu....Ou seja, EU! A linha tênue entre loucura e sanidade, entre a vida e a morte, entre prazer e dor, sonho e vigília, culpa e liberdade...É aí que me encontro, no limbo da psiquê, no abismo da mente que eu mesmo cavei com meus próprios pensamentos...Sinto falta do que nunca fui, do passado que nunca aconteceu...E do futuro, sinto ele se esvair por entre a realidade concreta e dura...Divago sobre minha consciência num dia de chuva, onde nada acontece, só a multidão de pessoas dentro do meu estômago e o pânico de estar só. Fico a esperar uma solução vinda da desgraça, oscilando entre a verdade e a mentira mas só encontro a verdade falsificada, mascarada...Nada mais me toca, nada mais satisfaz o desejo de nunca me satisfazer por inteiro, inteiro, inteiro...Palavras, palavras, palavras...Apenas palavras soltas como metáforas e meta-liguagens usadas e descartadas...Uma bela visão não é mais do que uma bela visão...E só. Só, sozinho, inerte, cansado...

sexta-feira, setembro 30, 2005

Cãozinho

O cão fareja
Meu coração
O instinto
inconsolável
Sabe a dor
De não ser
Eterno
Buda
E compaixão

Poesia

Criança desnuda
se arrebenta no chão
O impacto que chega
precede a solidão
e o momento eterno do silêncio
antes da dor
chegar na feição
é o abismo da vida
que se mostra
e a vontade do pai
que quer tirar seu filho
das garras da ilusão
e carrega a morte em seu coração

quinta-feira, setembro 29, 2005

nuvens de concreto

um dia cinza, amanheceu quente e com sol e foi perdendo a cor durante o dia. entre as nuvens dá para enxergar o azul pálido turqueza dos céus. no pão de açucar vejo chuva caindo e aqui na varanda do amarelinho não - que nem quando vemos o estranho fenômeno dentro do apartamento de alguém: em uma janela estar chuvendo e do outro lado não. na praça da cinelândia sentado perto da banca de jornal tomei um picolé observando garotos com camera na mão entrevistando uma moça no banco da praça: fiquei curioso para saber quem era. mas quando ela se levantou vi que uma amiga a estava esperando no banco ao lado e se levantou também, percebi então pelos trejeitos das duas que ela era apenas uma moça comum. acabei com o picolé e quando estava indo pagar vi que na banca estava vendendo o livro "uivo" do allen ginsberg daquela maravilhosa coleção da lp&m e quase o comprei mas preferi economizar dindim; até porque não estou com saco de ficar lendo textos da geração beat no momento - eu já me basto. olhei para o prédio aonde eu trabalho e pensei: nada. respirei fundo e fui andando olhando para as pedras portuguesas no chão e desviando dos pombos. um deles até deu um rasante meio bruce lee ao meu lado e me lembrei de um dia que em um desses rasantes um me deu uma patada na testa. entrei pela porta do prédio e, como todo dia, repetiu-se a rotina: sou recebido pelos porteiros do predio com o mesmo cumprimento que eu próprio instaurei e dissiminei entre eles no prédio: "e aÊÊÊÊmmmmmm...". agora cá estou eu sentado em frente a esse computador e escrevendo pra ver se o tempo passa mais depressa - como às segunda-feiras torcemos para chegar logo o final de semana e como no começo do mês assim que acabamos de receber o salário queremos logo que o mês passe rápido para recebermos o próximo salário - e assim vai: dormi com 24 anos e acordei com 28. invento brincadeiras durante o dia: fico olhando para o teclado desfocando os olhos até que consigo trepar as teclas umas em cima das outras criando um efeito tridimencional, ou então pego a parte de baixo do guarda-sol e com uma fita durex prendo um chicote que tem aqui na empresa com os dizeres impressos "produtividade" e com esse extensor de chicote levo diretamente até a baia ao lado no ouvido do meu gerente e falo: "lig lig lig", ou então vou ao banheiro e fico uivando e fazendo caretas em frente ao espelho, ou então fecho os olhos e tento conseguir escutar todos os sons que estão a minha volta: o som das teclas do meu teclado, o som da cadeira de bambu rangendo lá na sala de reunião, o som dos apitos dos guardas lá embaixo, o som dos freios dos ônibus, um som longínquo quase nulo de algum instrumento de sopro - será que vem do teatro municipal? ou então de alguma sala de aula de música? o sinal abriu - todos os carros arrancaram e estão .... o toque dos sinos da câmara dos deputados acabou de tocar prendendo toda minha atenção e matando todos os outros sons... o ranger da porta aqui da varanda e o vento batendo suave. e aqui dentro da sala: um silêncio mórbido - aonde todas as cabeças estão dentro dessas telas mechendo com essas sopas de letrinhas. acorrentados as cadeiras, afogando sonhos, dilacerando as vontades... aí, o sangue insano dentro de mim urge! sinto vontade de pegar os monitores e jogá-los pela janela! sinto vontade de tirar a roupa fazer uma fogueira e dançar em volta dela correndo nu pela sala balançando meu piru para todos verem e berrar!! urrar!! e pedir socorro!! pedir para virem os bombeiros me salvar!! um remedinho por favor, me vê um aldolzinho, pode ser? para sossegado dormir por três dias seguidos numa cama de hospital...
uah!! bocejo gostoso. aonde estou? num país longínquo? numa estrela brilhante? quem são essas coisas a minha volta? coração batendo rápido. meu desejo se realizou? o novo bateu a minha porta? o azul do céu agora está rosa bebê. estou num deserto azul turqueza completamente nu. o chão, se é que posso chamar de chão, é todo com a consistência de borracha pellikan. posso pular em cima e me esborrachar no chão. estou em uma planície e ao longe vejo uma elevação que parece ser uma montanha. corro saltando na borracha - ah acabei de descobrir: aqui a força de gravidade é mais baixa que a da terra, estou dando saltos de mais de 2 metros de altura leve como uma pluma. corro como em todos os sonhos sempre corri - sem conseguir sair do lugar e com passos largos como um astronauta na lua. preciso me infurnar nesse mundo? ah o telefone tocou e a voz do meu chefe... estou entre os dois mundos... ahhh..... a planicie de borracha pelikkan me chama novamente: minha fuga! minha salvação! corro corro completamente nu e livre - sem fome e sem cáries! aqui posso fazer fotossíntese e não evacuo! meus excrementos são auto-aproveitaveis! minha pele mudou de cor - está de uma cor que nem eu conheço ... mas parece o que ai na terra vocês chamariam de vinho... mas não é vinho ... pq vinho é aí, aqui é, é, ah é essa cor aqui que parece vinho. meus cabelos estão duros como metal. minhas unhas parecem garras. corri até chegar perto da tal montanha e lá estava um navio. um navio?????? o que esse navio está fazendo aqui? poderia ser qualquer coisa mas o que essa nau portuguesa está fazendo aqui???? que saco! minhas referências da terra me perseguem até aqui!!! que saco!!! mas fazer o que? vou até lá procurar o que tem dentro dessa nau portuguesa. ela está encostada perto da elevação que parece com as montanhas do arizona na california - ah! são as montanhas do desenho do bip-bip e do coiote! minha infância! e então subo no navio por aquelas cordas presas na frente. e nas paredes da elevação montanhosa vejo argolas pretas iguais a câmaras de ar de pneus de carros de diversos tamanhos presos por ganchos de açougueiro. eu não exitei e saltei em uma das argolas e zuonnnnnnnnnn ionnnnnnnnnnnng. que nem desenho animado fui até os céus e meus olhos esbugalhados ficaram em frente a camera grande angular com o navio em enquadramento perfeito a esquerda da imagem e eu segurando na câmara esperando a volta e o impacto suave nas borrachas. nooooosssssaaaa!!!!! bung jumpy no mundo da borracha pelican e naus portuguesas e minha nova forma não humana quase extraterrestre ausente de ânus e aparelho digestivo! uau! vou experimentar mais um pouco essas novas sensações e vou saltitando pelo deserto como um lunático saltimbanco trapalhão. toing toing toing. gás muito gás. não é noite nem de dia. nem frio nem quente. e mais toing toing por ai. parei. e comecei a perceber tão logo que no fundo eu não quero estar aqui nesse lugar fantástico e sozinho assim. quero mais é voltar praquele mundo de onde vim e onde sim, existe a dor e o amor! quero cair e me esburrachar no chão e sangrar. e depois vir uma mão delicada e me fazer curativos nos joelhos e dizer que me ama me dando beijos no pescoço.
nada de seringas com remédios e camas de hospital com morfeu de enfermeiro. cá estou de novo em frente ao computador e agora já anoiteceu e estou só aqui no trabalho. não chove mais e o som dos carros, do avião, dos apitos dos guardas e dos freios dos ônibus continuam ad eternum. a badalada do sineiro das nove horas! trancarei as portas das varandas, descerei pelo elevador, falarei o último "eaêÊÊÊÊÊmmmmmmmmm" para os porteiros, andarei pelas pedras portuguesas até o ponto de ônibus e dentro das janelas dos ônibus observarei as pessoas - todas - que passam pelas ruas e estão indo pra casa ou estão no belmont tomando um chopp ou então indo trabalhar agora nessa madrugada a dentro sob névoas até o amanhecer gelado. e eu adormecerei grato por ter hoje, mais uma vez, vencido a angústia que é viver e ter me deixado ver as maravilhas e sutilezas que nos fazem seguir - simples assim - andando e topando e chorando e sofrendo e rindo e bebendo e acariciando e odiando e matando e brincando e amando: eternamente aqui e agora!

"Quem não cita se trumbica".

É...O bicho tá pegando pro meu lado...O cachorro raivoso tá vindo atrás de mim babando e com vontade de morder a minha bunda, como fez com meu primo zé naquela estradinha de terra perto da minha casa lá em Petrópolis quando ainda éramos crianças. Naquele dia fiquei muito nervoso, eu sempre tive medo de cachorro. Mas quando relembro o episódio com meus primos, sempre damos gargalhadas e rimos da cara do Zé. Coitado do Zé. Seu erro foi ter corrido do cão, por isso ele o atacou. Se tivesse ficado parado, talvez o cão não o tivesse atacado. Ou tivesse atacado outro. Talvez tivesse ME atacado. Que bom que foi com o Zé... É...Mas agora o bicho tá pegando pro meu lado. Tô vendo o cachorro chegando, vejo a raiva em seus olhos vermelhos e a boca cheia de espuma e os dentes afiados à mostra, um cachorro todo preto que sente o cheiro do medo que exala dos poros dos que são mais covardes...Fico paralisado, esperando um milagre divino que me tire dessa situação por tantas vezes protagonizadas por mim...Mas agora acho que Deus não vem me ajudar...Não desta vez, agora ele quer que eu enfrente o cão. Ele quer que eu enfrente o meu medo de cara, como um homem...Ele deve estar pensando: "Agora não vou mais ajudar...Ou mata ou morre...Chega de ajudar meu filho querido...Agora ele vai ter que enfrentar...Vai ter que virar o homem que ele já é"...E eu aqui, de cara com o cão dos infernos, meu mais profundo medo, meu monstro de infância, a velha aterrorizante que aparecia nos meus piores pesadelos quando eu ainda era uma criança. Era só sentir a presença da velha que eu já ficava completamente desesperado e com muito, mas muito medo, e o sonho sempre terminava com a cara dela aparecendo pra mim e eu acordava gritando todo suado e depois não conseguia mais dormir por um bom tempo com medo dela aparecer de novo...A velha estava me esperando no mundo de Morfeu, sorrindo diabolicamente...E eu ficava acordado, com medo e sem ninguém para me ajudar...Às vezes eu ia pra cama dos meus pais e me enfiava no meio deles e dormia feliz...Eram as noites edipianas mais gostosas de toda a minha vida...Eu lá, no conforto da cama e da segurança da companhia dos meus pais...Lá eu dormia como nunca mais dormi...Na cama dos meus pais eu não tinha pesadelos...Às vezes, quando dormia sozinho, eu sonhava com elevadores que subiam ou desciam sem parar...E passavam da cobertura em direção ao desconhecido ou iam para o poço dos meus medos inconscientes e mais terríveis. Ainda tenho medo de elevadores...Medo de perder o controle, como diria minha ex-analista e segunda mamãe Manuela...Uma mulher gordinha que ficava lá, ouvindo o que eu tinha a dizer...Foi depois do incidente no parque da cidade que eu começei a ir lá...Era uma segunda-feira às nove da manhã e eu matando aula para ir fumar maconha com um amigo quando chega um carro de polícia do nada e me leva para a porta da minha casa...Lembro-me como se fosse ontem...Meu pai de pijama, minha mãe de camisola chorando e eu no carro dos porcos fardados tomado de culpa e vergonha...Meu pai deu uma grana pros porcos e eu entrei em casa...Só oito anos depois eu consegui deixar mamãe Manu e seguir a minha vida...Mas a velha ainda está aqui...E o cão continua lá me esperando...O conforto da cama dos meus pais eu não tenho mais. Já a segurança da casa deles...Acho que já é um passo...Mas não é tão confortável como antes...Tenho que seguir a minha jornada...Entrar na aventura que me foi designada e enfrentar os monstros e obstáculos até chegar ao pai que continua me acenando de sua canoa contente com a minha disposição em substituí-lo na temível aventura da vida e da terceira margem do rio que é onde a vida se encontra...A terra firme fica cada vez mais monótona e insuportável...E eu esperando o pai voltar para a margem, mas ele está decidido a ficar em sua canoa. Eu é que tenho que chegar até ele, não ele a mim...Ele já fez o que ele tinha que fazer e substituiu seu próprio pai. Agora está na minha vez. Que venham os cães e monstros e velhas. Estou pronto para a vida!

quarta-feira, setembro 28, 2005

po e sia

nem só de nuvens se faz o poeta...

kurosawa, quem são seus livros?

foda-se kant, foda-se nietzche! quero ver o dudu que às vezes aparece nos textos e logo é soterrado por alguma teoria vagante desses filósofos que criaram uma estrutura de pensamentos para encobrir seus próprios problemas pessoais ... caguei pra eles ... cadê os passeios com os cães na rua e depois seus sacrificios que tanto mecheram com você? cadê seu amor pela sua namorada? cadê seus baixo gaveas? cadê suas vagabundagens? cadê seu amor escondido pelo seu pai? aonde está o dudu que conheço ou pelo menos acho que conheço no meio dessas teorias todas??? apareça meu grande amigo! quero te ver! quero respirar por onde andas, escutar o que falas na mesa do jantar, ouvir suas abobrinhas por mais tolas que sejam! quero sentir seu amor pelo mundo e por tudo apesar de as vezes parecer que não ama nada e ninguém... mas eu sei que ama! e como tem amor ai dentro desta casca... que seja triste, que seja felicidade, que seja idiotice, que seja rancor, que seja qualquer coisa por menos importante que pareça mas sim, mostre-se! mostre-me! cadê a experiência por ti vivida e descoberta nas rachaduras do teto branco de seu quarto? o que aprendeu remando na lagoa? e sendo extorquido por um policial? me conte! vá! espero um dia ler nesse blog, "e como diria EU, dudu, blablabla" ao invés de como diria kant, shopenhauzer, nietxhce, santo agostinho, papa, deus, jesus, buda!! ahhhhhh quem são eles perto de ti? exemplos, sim! mas e vc? hein? como você mesmo disse: você é a eternidade sendo feita aqui e agora!
mermão, isso não é um esporro apesar de ser um esporro. isso é um tapa de pai, tapa de irmão mais velho no rosto do irmão que tanto ama. você já me deu tantos tapas na cara e sou muito grato por isso. me acordou e já me ajudou muito, muito mesmo.
lembra de quando nos conhecemos? conexão total! desde o início escrevíamos juntos e conversávamos muito sobre tantas coisas da vida! e como conversávamos! me sentia como no livro de jack kerouac ao vivo! e cá estamos nós hoje em dia mais uma vez escrevendo e sempre nos ajudando e sempre conversando como irmãos perdidos em vidas passadas que se reencontraram...
é dudu, gosto de você pra caralho!

segunda-feira, setembro 26, 2005

leo, o intransferível tigre

sim, vc foi podre e me infernizou por um tempo. eu também era um garoto - um príncipe podre dentro do castelo das fantasias tendo mickey mouse e a xuxa como meus melhores amigos. me fez odiar a riqueza, o poder e me desconstruiu. mas me mostrou um mundo que eu desconhecia: me ensinou a amar os excluídos. sim foi aterrorizante o aprendizado, tal qual um tratamento de choque. mas eu agradeço e como agradeço. e suplicava para me ensinar um pouco mais e te imitava. queria ler os mesmos livros que lia, gostar das mesmas musicas que ouvia, falar de política e de tudo tão bem como falava. no fundo te idolatrava e escondia esse sentimento com o desprezo - com desdém. era uma farsa! ficamos nessa guerra durante anos! uma guerra fria! que relação louca! e muitas drogas envolvidas... mas enfim apesar de hj em dia não parecer e ter tantos rancores e sentimentos obscuros e as vezes não querer nem sentir seu cheiro e nem chegar perto - eu gostaria que vc tivesse sido meu pai, mas não é. e é dificil pra mim te chamar de pai, muito dificil. não sei ao certo se te considero como pai - até porque não aceito de forma alguma a severidade de um pai -, mas sim, te considero muito e te admiro muito, muito mesmo. você é foda! e obrigado por ter me ajudado a deixar as drogas, se não fossem vocês e seus conselhos e toda essa relação aberta que temos eu poderia estar perdido por aí vagando por clinicas ou em algum ambulatório pelo ipub ou pinel ou então pela índia feito um mendigo... sim, eu te amo e te odeio. e ontem vc me ligou e naquele momento eu estava namorando no leme tomando uma água de coco e você falando tantas coisas e pedindo desculpas por ter sido podre e a renata veio e sentou no meu colo e você ao telefone e as ondas no mar batendo nas pedras e uma garota com a mãe fazendo oferendas a iemanjá e beijos no pescoço e nosso papo de pai e filho e vó e tantas coisas!!!! caramba, como isso tudo é muito louco! e estamos vivos e falamos sobre a vida e vivemos as vezes (na maioria delas) resmungando dela mas não desistimos e tentamos sempre acertar as coisas. é isso o que importa: tentar, mesmo na certeza da morte!

sábado, setembro 24, 2005

Por que não me mato?

Querido Anônimo,

Finalmente recebo uma resposta, um comentário, uma provocação. Desde já, muito obrigado. Já estava começando a me sentir sozinho aqui. Além de tentar descobrir furos no sistema de minha própria estrutura racional, como já disse antes, escrevo neste espaço para provocar. Finalmente consegui o que queria. Aleluia! Sem mais, vejamos.

Continuo achando o tempo subjetivo, ainda que observe meus cabelos caindo, minha juventude se esvaindo e a fila do INSS cada vez mais perto. Mas como explicar para alguém sobre a natureza ilusória do tempo se este alguém acredita piamente na ciência? Vivemos em tempos sombrios, onde a Filosofia, que outrora trabalhava como empregada doméstica da Teologia, agora arrumou um empreguinho de merda na casa da ciência, e ainda por cima, ganhando bem menos. Esta última é quem manda agora. E quer controlar tudo. Quer conhecer tudo, mesmo depois de Kant a ter colocado em seu devido lugar. Dizem por aí que vivemos em tempos de crise, onde não há mais certezas, onde o final feliz dos contos de fada é tido como histórinhas de ninar, onde a crise da razão é o postulado a priori e o que impera é o niilismo. Tudo besteira! A nova geração prefere Nietszche a Kant, Sartre a Platão. Leiam Kant! Pois se não leram Platão, como querem entender Nietszche? Aliás, o bigodudo alemão que morreu maluco acreditou piamente na ciência e nos colocou na periferia do universo, nos tirou do centro e agora cá estamos, vivendo neste planetinha de merda jogados na existência como seres para a morte, Seres-aí afundando na lama do nada e do desespero. O bigodudo mestre da desconfiança morreu na praia, pois não compreendeu a mensagem que habita por detrás do símbolo, a realidade descrita nos mitos, a eternidade celeste que se encontra nas metáforas de todas as religiões e na verdadeira arte. A ciência quer banir do mundo a dúvida, a incerteza, o mistério, quer controlar até a morte, esta senhora absoluta do desconhecido, adiando a "vida" de indivíduos indefinidamente como vegetais apodrecendo nos leitos de hospitais lotados de jovens e cheios de vida pela frente. O que importa não é a comunidade, mas o ego, o indivíduo que acredita que a morte do corpo é o fim de todo o seu ser. Querem eternizar o indivíduo e se esquecem de que a eternidade se encontra aqui e agora, o espírito batendo na porta da mente presa em sua estrutura espaço-temporal, sussurando bem silencioso como a dizer: "Estou aqui". Este indivíduo não consegue perceber que participa da energia da vida atemporal, e não concebe um estado anterior ou posterior à sua própria vida corporal. Esta é a tragédia da vida, que foi anunciada e belamente representada pelo povo grego e resiste até hoje na literatura moderna. É necessário uma mudança de foco, onde o indivíduo não seja mais a razão de tudo, o ponto-de-vista mais privilegiado. Quando vamos começar a privilegiar a comédia, e, nas palavras de Joseph Campbell "sua natureza mais elevada que a tragédia, que manifesta uma verdade mais profunda, de percepção mais difícil, de estrutura mais sólida e de revelação mais completa?" Ainda nas palavras de Campbell: "A mente meditativa está unida na representação de mistérios, não com o corpo cuja morte é apresentada, mas com o princípio de vida contínua que por algum tempo o habitou e que, durante esse tempo, foi a realidade revestida na aparência, o substrato em que o nosso eu se dissolve quando a tragédia que desfigura a face do homem despedaça, esmaga e dissolve nossa capa mortal". Lindo! A natureza nos dá o exemplo, onde vemos em qualquer selva criaturas se alimentando da morte de outras vidas, perpetuando o teatro do eterno retorno. Quando damos ênfase ao indivíduo e não a comunidade, quando entendemos as escrituras ao pé da letra e não metaforicamente, o que acontece é o que está nas páginas de todos os jornais atualmente. Um bando de idiotas no oriente que não conseguem perceber que o "Seu" Deus é o mesmo que o Deus do outro, lutando por "terras sagradas", quando a verdadeira mensagem é que a "terra sagrada" é o lugar onde você está sempre. Onde o "amar ao próximo" só é respeitado dentro de sua própria comunidade, onde os recursos naturais só existem para satisfazer suas necessidades imediatas, e não a comunidade humana por inteiro e as gerações futuras. A comédia nos fala da natureza eterna e invencível da própria energia da vida, onde o indivíduo se identifica não com a sua natureza corpórea e mortal, mas com a vida que insiste em sobreviver eternamente.
Ouvi outro dia uma história pelas palavras de um jovem instrutor de práticas orientais que era mais ou menos assim: Um velho foi procurar um mestre zen alegando estar doente. Após ter ouvido as lamúrias e lamentações do velho, o mestre respondeu mais ou menos assim: "Ora, você já está velho. Já viveu, se casou, teve filhos. Está na hora de morrer. Aceite isso". Por fim, respondendo ao meu caro amigo desconhecido, não me mato por que a morte é o que dá sentido a vida, é a grande inspiradora da Filosofia e que nos une a eternidade. A experiência da eternidade se encontra aqui e agora, não em outro mundo.

Por hora é só. Que venham mais provocações.

sexta-feira, setembro 23, 2005

música

queria escrever som! que cada tecla fosse como um batuque de samba numa mesa de bar. como tambores indianos fumegantes de incenso. como música clássica envolta pelas eletrônicas batidas de moby a passar por sobre a estrada do joá indo pra barra da tijuca observando o mar: - o cheiro da maresia de um dia nublado. queria não ser influenciado por nenhum escritor e por nada que já tivesse lido. mas estou impregnado por tudo que já passei. por cada rótulo de cigarro, por cada tubo de pasta de dente, por cada outdoor, jornais, revistas, comerciais, cartazes de shows. pelas letras de funks e pelas canções nordestinas. cordel! ouça: os tiros de lampião e o som das cabeças cortadas pela lâmina enferrujada. o som da chacina do paraiso de antonio conselheiro: saraivada de balas e o som dos canhões - gritos, choros, chamas e salvas de palmas e urros de vitória - viva o rei! roberto carlos, eu sou terrível! o tambor a dar o ritmo dos navios vikings: hup, hup, hup! os gritos de horror e de raiva da preparação para a guerra! o som do coração a mil por hora e o olhar em fúria, e o ranger dos dentes, o som das águas do mar sendo cortadas como por uma lâmina pelo casco da embarcação. e mais ao sul o mesmo tambor a dar o ritmo dos navios negreiros, um ritmo mais lento, mais lamentoso, mais carregado e, ao invés de urros de fúria, choros e lágrimas e chicotes e o som de uma sessão de umbanda! o som de um batuque de negros - candomblé: dança, dança, dança! e batuques, atabaques, ôgams, incensos, defumadores e capoeira! muita capoeira, pandeiro e berimbau ! diq dum dum, diq dum dum, diq dum dum... e os pés passam em volta dos meus ouvidos como um zunido de bala, e o som das pernas ao ar, o sincronismo perfeito do corpo com pêndulos e sons e transe e etc e tal. e no metrô escuto no som dos vagões o som de antigas locomotivas se perpetuando por minas gerais. e a fumaça negra contrastando com o céu azul e o verde das colinas. ah! ontem na cinelância em frente a câmara, tinham alunos da escola de circo fazendo palhaçadas ao som de hermeto pascoal, e atrás os grevistas dos correios com a faixa segurada com desdem - estavam enfeitiçados pelo espetáculo. logo depois o som de um galope nordestino e forró e meu deus como sou grato por isso! o som! o som dos passos de tênis em um prédio aonde acabaram de encerar o chão e a borracha irritando pelos longinquos corredores. as unhas por cortar arranhando um quadro negro. um prego arranhando um vidro. bolinha de plástico rangendo nos dentes. isopor arrastando um no outro. as unhas no ferro do elevador... ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh que nervoso!!!!!!!!!! ugi ugi ugi gagagaag ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!! arrepios e é tudo som! vozes e mais vozes e mais vozes se multiplicando na acústica de um bar com os ânimos exaltados pela cerveja, vodka, caipirinha, caipivodka e mais ânimos e mais quem quer chamar mais atenção e mais egos e mais besteiras e mais filosofia de buteco e politica - a fofoca dos intelectuais - e poesia e eu te amo e eu te odeio e bla bla bla e som na caixa e ninguem mais entende nada e um som uníssono é percebido permeando todos os sons que só os mais atentos quase ninguém que neste momento já se desligaram de todos e ao mesmo tempo conectaram em todos e ohmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm..................................... o som das águas.
o som das águas em um rio batendo suavemente nas pedras. um pássaro: - piu!
o silêncio. um zumbido de um zangão! o mover-se suave com medo de quebrar algo - de tão frágil que parece tudo a minha volta.
o vento suavemente sobre as folhas. o balançar suave das copas das árvores.
só consigo compreender o som depois de compreender o silêncio...

quarta-feira, setembro 21, 2005

mágica

queria escrever luz! que da tela do computador saltassem letras tridimensionais e como abelhas estivessem prontas a me dar o mel. queria entrar pelos fios e navegar pelos tubos de fibra ótica, atravessar os oceanos até chegar a índia! queria que ao escrever me transformasse. transformasse o mundo! mas não como o tocador de flautas pronto a levar os ratos pra dentro do rio... queria o mais puro deleite! contemplar as nuvens e sentir arrepios na nuca! sentir os ventos passar por dentro de mim e beber águas dos rios... nadar nu por entre as ondas do mar e brincar com os plânctons numa noite de luar! depois, correr, correr pela praia urrando e tentando me esquecer do que sou e me lembrar do que já fui... mesmo que isso não tenha importância alguma... queria sim amar loucamente despreocupado... e fodam-se as contas a pagar - de volta ao lugar-comum. sim! sonho com liberdade! liberdade material e espiritual! poder chegar na rua e sentar ao lado de uma pessoa em um banco na cinelândia e poder dar bom-dia e perguntar se o tempo vai virar sem ao menos a pessoa sair de perto com os olhos arregalados de medo de tantas coisas... e que tantas coisas criamos! e que tantos medos temos! suspiro com os olhos fechados e só me vem a cabeça a enseada de botafogo com o pão de açucar ao fundo - deja vu eterno! as vagas e barcos a pescar pela baía, anzóis ao lado do MAM - hélio oiticia, seus parangolés e o samba! que século passamos! e queria tanto andar de mãos dadas pelo aterro... e dizer besteiras e comer algodão doce! simples assim. mas nada me é impossível. tenho o gosto pelo infinito! salto e vou pendurado pelos bondinhos de santa tereza até o bar do mineiro comer aquela feijoada e rir com o jeito baiano trio elétrico de jorge salomão. vou até a casa da mariana poppoff e ouço o yuri tocando com a lena horta e sua flauta mântrica maravilhosa. corro pelos trilhos até ir tomar um banho naquela ducha nas paineiras... e ver o sol nascer sobre niterói a iluminar a pedra da gávea... vejo aqui de cima as ilhas cagarras! e o jóquei e a lagoa rodrigo de freitas e o cristo de braços abertos a dar boas vindas para o Sol! Escorrego do mirante e caio bem na cachoeira dos primatas... me sinto um índio tomando banho na cachoeira completamente nu e rezando e olhando para as árvores e fazendo Yoga com o som das águas, do mato e de tiros da favela próximo ao clube do macaco no Horto - para incrementar ainda mais a poesia! Corro de volta pela trilha, respirando terra e voando por sobre as árvores e dou de cara com policiais parados ao largo me dando dura e perguntando o que estou fazendo ali a essa hora e querendo achar algo que não existe - procurando sarna pra se coçar! e deixam seus pacotes do Bob´s por ali mesmo junto com os papelotes e as camisinhas... ahhhhhh! a escuridão volta a tomar conta do texto! afaste-se de mim! quero sim escrever como um alienado e me esquecer de tudo de ruim que acontece! quero de volta a luz e a inocência da infância quando tudo parece mágico e dentro de um desenho de uma caixa quero enxergar de novo a ovelha lá dentro... curiosidade mágica que aguça os sentidos! o que estará atrás daquela esquina? e minha pupila dilata e meu coração pula e tchan tchan tchan!!! nada de mais, apensas mais uma rua... ha! mas o que importou foi aquele mágico momento da descoberta! como um beijo ainda desconhecido e um cheiro ainda não sentido. paro. me deu agora aquele divino vazio cheio de graças calmo como um lago sem vento a refletir o céu e em sua superfície somente os insetos a desenhar e eu o apreciador passivo dessa peça viva que é a vida!

terça-feira, setembro 20, 2005

Tempo

Tive um insight outro dia sobre o tempo. Percebi que meus pensamentos se encadeiam uns aos outros dando a ilusão de que algo ocorreu antes ou depois. É como se cada um dos meus pensamentos não sobrevivesse sozinho, necessitando sempre outro pensamento para que possa existir(o pensamento existe?), cada um agindo como um gancho para o próximo pensamento, que por sua vez é enganchado em outro e assim ad infinitum, nos dando uma ilusão de tempo. Assim como Kant, não atribuo ao tempo uma dimensão objetiva, mas subjetiva, onde o tempo não é nada em sí mesmo, mas somente uma intuição sensível que faz parte de nossa própria estrutura. Assim como Einstein, acredito que o tempo é relativo. Certa vez, ao ser perguntado sobre como teria bolado ou criado sua teoria da relatividade, o grande cientista respondeu: "Minha teoria é simples. O tempo passa lentamente quando estamos fazendo algo entediante. Por outro lado, quando estamos acompanhados de uma linda mulher, o tempo passa voando". Simples assim, não obstante, brilhante.
É preciso morrer para que outra vida possa nascer. É preciso que uma geração morra para que uma nova possa surgir. É necessário compreender o ciclo da vida, onde uma vida se alimenta de outra vida. É necessário abrir mão do ego, do indivíduo, para que a comunidade possa evoluir. Chega de entubadores e médicos prolongadores de mortos-vivos. Viva a eutanásia! Quando vamos aprender a morrer e a respeitar a morte, esta deusa, senhora do absoluto desconhecido? Até onde podemos prolongar uma vida? Morram velhos mortos-vivos aposentados! Já viveram o bastante. É hora de passar a bola. Aceite a vida em todas as dimensões! Chega de aposentadorias e filas do INSS e o caralho! A morte faz parte da vida, assim como a vida faz parte da morte. Não há o que temer. É necessário o auto-sacrifício!

segunda-feira, setembro 19, 2005

tempo

óh tempo! amigo dos solitários, companheiro dos mendigos, infalível remédio para desamores, inimigo dos ansiosos e transformador dos tolos em sábios!

óh tempo! lapidador das pedras, progenitor das areias das praias e criador do sol!

óh tempo! fostes meu inimigo por muito tempo. arrancastes fora meus cabelos. colocou-me fortes expressões nas testas e olhos. mataste-me de arrependimentos por merdas feitas no passado - e remorsos! deixaste meu coração tão duro como os ossos e infernizaste minha vida! mas também me curaste. me trouxeste o perdão, a compreensão e me aliviaste a dor!

óh tempo! és a relatividade encarnada! és inesgotável quando criança; és imperceptível quando estamos em um carro a alta velocidade; és o maior dos contadores de histórias! és o ranger dos joelhos e as marcas no sorriso do velho jogador de dominós da praça; és invencível e o mais veloz dos corredores contra o envenenado por uma cobra em um local desolado e, o fiel aliado do criador do antídoto.

óh tempo! és a medicina! és a experiência! és a história, a filosofia e a poesia! és o deleitar-se nas entrelinhas, a magia das vírgulas e o místico das reticências...

óh tempo, por todos os lugares que andei e por toda minha vida me seguistes como uma sombra. não me deixastes só nem por um segundo: - o segundo, esse teu primogênito mais mimado! até que enfim descobri: o lugar aonde não te encontro, aonde tornas-te impotente! e somente nesse lugar não te damos importância, nem a mínima que seja. lá aonde um segundo dura uma eternidade. lá aonde não existe passado nem futuro: lá bem no fundo daqueles olhos castanhos, na sinceridade do sorriso e no toque dos lábios...

óh tempo, és inexistente quando se ama!

sexta-feira, setembro 16, 2005

sonho

sonho com um grande desastre natural todos os dias ... um grande meteoro se chocando com a terra e matando 9/10 da população mundial - ricos, pobres, cristãos, ateus, indianos, americanos - inclusive eu! sonho com todos os mísseis se tranformando em chafarizes. todas as usinas elétricas e atômicas sendo destruídas e todas as fábricas parando. a terra sem luz ... o que faremos? ei cientistas!!! pensem agora! o que fazer? do que adiantaram seus bilhões gastos em aceleradores de partículas subatômicas? do que adianta a porra da nave lá em marte procurando sei lá o que? hein? vocês sabem lavrar a terra? sabem fazer ao menos um pão? ordenhar uma vaca? haha ... duvido!! sonho com os humanos respeitando mais a terra, voltando seus olhos pra terra ... estamos tão cercados por concretos e comlurb e privadas e canos de esgoto que não nos damos conta pra onde vai a nossa merda. você sabe pra onde vai o saco plástico do supermercado? as embalagens de plástico coloridinhas com design moderno de todos os produtos conservadinhos em estabilizantes se entulham na frente dos condomínios luxuosos ... e um dia o cristianismo nos disse "amar ao próximo" muito condizente com sua época. mas hoje eu vos digo "amai a terra porque se não houver mais terra não haverá o próximo".

infeliz

Me volto para dentro à procura da doença que corrói meu coração, o tumor que habita meu peito, cheio de mágoas, desespero e frustração. Quero extirpá-lo, destruir a tristeza dos covardes que não escolhem uma solução. Preferem a mágoa, o sofrimento e a condenação. Já avisei a todos, não quero ser feliz! Me deixem em paz, acompanhado da inútil melancolia dos que não querem a salvação. Sei que sou assim, e não quero sua ajuda, miseráveis! Deixem-me apodrecer na terra, continuem a encher o bucho de alegrias, para depois vomitá-las em cima de mim. Uma cova abri para meu coração, na esperança de que tu jogues a última pá de terra por cima do caixão. Assim estou desobedecendo a Deus, é tudo o que quero. Para que, no final, presencie sua grande misericórdia e me salve do inferno que eu próprio criei. Se quiseres, caro amigo, me acompanhe nesta jornada infeliz, para que possas presenciar a morte de um idiota, que no fundo só quer chamar a atenção daqueles que não soube respeitar. Talvez com isso aprenda a dizer sim a vida meu caro amigo, e possa eu fazer uma boa ação. Assim poderei ao menos me cubrir de vergonha do egoísmo que fiz minha razão de viver.

terça-feira, setembro 13, 2005

porque escrevo

eu não escrevo por prazer. escrevo como quem morre, como quem acaba de ser arrancado os testículos. escrevo depois de ter levado um soco na cara e me ver com a cara desfigurada e sentindo em minha lingua o que restou dos poucos dentes despedaçados. escrevo depois ser cortado o corpo todo com estiletes e ser jogado em uma bacia de alcool e sal grosso e tacado fogo. escrevo gritando de dor ao ser pendurado com uma corda pelos cabelos (o que restou deles) e descido lentamente até encostarem os dedos do pé nas lavas de um vulcão. suplico, imploro mais um pouco de dor!!! e sou puxado de volta somente com os cotocos do que restou das pernas e amarrado pelas mãos em um Grand Cherokee e arrastado a toda velocidade pela areia do deserto em volta do vulcão e por sobre cactos e espinhos. escrevo sem esperança alguma no mundo. escrevo descrente, amargurado e com raiva pelo óleo derramado por sobre a baía de guanabara. escrevo somente com um olho que restou e me vejo parado em frente a uma árvore. árvore já sem vida alguma, seca, completamente seca. o sol impiedoso e vil vingador. e lá me pregam como a um Cristo. escrevo como um fariseu, como um romano, um judas! e os pregos estavam fervendo e o sol está forte. mal sinto ele na minha carne cheia de escoriações. o suor misturado ao sangue me desce pela pele. o Grand Cherokee se vai. e eu fiquei só. só? tem uns urubus passando aqui em cima. escrevo como carniça fedorenta. ih! tá vindo um aqui na minha direção. pousou ao lado do meu braço e está comendo aos poucos a carne que restou ao redor da mão. escrevo com urros e berros e gargalhadas enlouquecidas! um rato do deserto veio, e para minha maior alegria me subiu pelos pedaços de perna e me comeu o que tinha restado do saco escrotal e do pau. escrevo como quem quer se libertar. e estava quase livre! acabou? não! quero um pouco mais de dor!!! quero um pouco mais de perdão! supliquei e como por um milagre veio um faminto e lindo lobo do deserto trazendo consigo a vingança de toda sua raça - o libertador, o salvador! com grande esforço e sons de moedor de carne ele arrancou da árvore dilacerando os membros e foi jogada ao chão aquela massa disforme de ser inumano que um dia foi eu - e lambendo os beiços a roeu até os ossos lentamente até um suspirar aliviado se esvair. escrevo então sem ossos. sem mãos. sem carne: sem vida! escrevo espírito!

Pequenas alegrias

A vida é feita de pequenas alegrias. Provavelmente alguém já escreveu isso em algum lugar, talvez alguém famoso até, eu é que sou ignorante, ou talvez só esquecido. Mas começo a perceber a verdade nestas palavras. A vida é feita de pequenos momentos, pequenas alegrias, e são estes momentos que fazem a vida valer a pena. No caminho da vida, estamos sempre buscando uma felicidade por inteiro, uma verdade absoluta, um orgasmo inatingível enquanto as pequenas felicidades, as verdades microcósmicas e os pequeninos orgasmos estão acontecendo, enquanto a vida em sí está acontecendo. E acabamos por não aproveitar estes momentos, ou talvez somente não damos conta de que estes pequenos momentos é que fazem a vida, é que realmente são a vida. Uma conversa despretensiosa com a empregada, uma noite falida bebendo cerveja no bar, um sorriso da pessoa amada, um acidente engraçado, um ato falho, esses são os momentos mais importantes. Um lanche com a família onde às vezes todos se esquecem de brigar e conversam e sorriem sem nenhum propósito importante,um filme visto com seu pai, um carinho naquela hora, um telefonema, um chocolate, um passeio com o cachorro, uma piada meio sem graça...São estes momentos que fazem a vida valer a pena e não prestamos muita atenção neles, pois estamos sempre a procura de algo maior, de um objetivo distante, de uma felicidade duradoura. O que importa é o caminho, não a chegada.

terça-feira, setembro 06, 2005

Sonho

Vou dormir e sonhar e dormir e sonhar pra ver se algo acontece e acordo num susto e minha vida inteira se resolva para mim porque eu nao consigo mais resolver e na verdade eu to de saco cheio de tentar resolver as coisas que ficam passando e adiando e nao se resolvem então eu vou sonhar para ver se algo do meu inconsciente sai do fundo da minha mente e se revele para mim para que eu possa escrever num caderninho meu sonho e faça minhas associações e decida o que quero fazer e como fazer e porque fazer e tudo isso que no fundo eu nao acho que vai acontecer mas talvez se eu continuar a escrever assim meio que sem limites e pontos e virgulas e acentos meu inconsciente expulse sem querer o que eu guardei e que no fundo eu nao queria saber e tal e nada acontece e eu já estou ficando de saco cheio de tentar escrever que estou de saco cheio mas na verdade eu acho que eu so estou desanimado com essa falta de perspectiva que toma a minha vida de tanto tedio que nao aguento mais uma so tristeza e pode ser a gota dagua e que talvez quem sabe talvez resolva algo que eu nao mais consigo nem quero resolver e que no fundo nada se resolveu desde que eu me entendo por gente pelo menos gente que eu imagino que seja uma pessoa normal e que pense que e gente e essas coisas todas de pensamento linguagem e mente e tal e problemas e vida e ser humano e destino e profissao e ego e mitologia e filosofia que no fundo nao resolvem nada e esse tal de kierkegord que diz que todos somos desesperados e tal e que o pior e aquele que nao sabe que esta desesperado mas quando percebe seu desespero descobre que a sua vida inteira foi desesperada e procurando a salvacao e a solucao de problemas que no fundo nao resolvem o problema mais fundamental que e o de saber quem sou eu e me sentir vivo e que no fundo estamos procurando nao um sentido para a vida mas uma experiencia de estar vivo e tal e esse texto vai ser revisto porque dizem por ai que reescrever e mais importante que escrever e sera que ja esta saindo algo das brechas do meu inconsciente e que me facam uma revelacao bombastica do que eu realmente estou procurando e porra porque a gente fica o tempo inteiro pensando e tal e esse texto parece um sonho porque o sonho e uma coisa meio sem sentido mas que se voce for analisar tem todo o sentido do mundo e tal e essas coisas que as pessoas dizem e que voce acha que e verdade e esse papo de inconsciente coletivo talvez explique alguma coisa mas no fundo nao resolve nada mas na verdade o que resolvera isso talvez seja um sonho mesmo mas ai voce nao vai resolver nada pois o sonho e que resolvera por voce e tal mas no fundo esse texto e sobre sonho entao acho que a moral da historia e que o sonho e algo como a vida mas num sentido mais preguicoso e voce la deitado e tal e etcetera e tal

terça-feira, agosto 30, 2005

A incrível arte de ressucitar defuntos 2

mais um dia!!!!
vamos, levante moribundo! em marcha, ande!
(shhcleck - chicote açoitando)
ande logo, carregue seu fardo, e agradeça por estar leve demais.
(shhcleck - chicote açoitando)
e agradeça por estar vivo.
(shhcleck - chicote açoitando)
e agradeça por ter o que tens.
(shhcleck - chicote açoitando)
e agradeça pela saúde que tens.
(shhcleck - chicote açoitando)
e agradeça pelos poucos e preciosos amigos que tens.
(shhcleck - chicote açoitando)
e agradeça pela família que tens.
(shhcleck - chicote açoitando)
e agradeça pela incrível capacidade de conseguir hoje enxergar as cores nesse dia completamente cinza.
(shhhhhhhhhcleckssssssssssss - múltiplos chicotes açoitando ensandecidamente com gargalhadas extraordinárias)
e se não gostou vai entrar na porrada!!!!

Ser humano

A questão "O que é o ser humano?" é A pergunta por exelência. A maior e única pergunta filosófica autêntica, a que realmente importa ser feita. Quem sou eu? O que é o ser humano? Qualquer indagação filosófica que não concerna esta pergunta não me interessa. É óbvio que não darei a resposta. Mas ainda assim, tecerei algumas considerações.
O que define o ser humano? O que seria o Ser do ser humano? Animal racional? Animal político? Homo sapiens? Acho que a definição menos pior é homo religiosos.
Bem, talvez eu não devesse tratar deste tema como uma dissertação, um tratado filosófico. Talvez, o melhor seria falar livremente sobre o que me vem a mente quando penso nestas palavras: SER HUMANO. O que acho que estou querendo dizer é: Não espere aqui uma definição, mas uma divagação. Sem mais delongas, vejamos.
Poderia começar analisando históricamente o ser humano, mas não acredito que esta seja a melhor abordagem. Até porque, não quero adentrar nem participar do ponto de vista científico desta pergunta, pois a ciência destrói o ser humano. Ela nos faz acreditar que somos animais que evoluíram do macaco, átomos frutos do mero acaso, seres para a morte e toda esta merda que só traz desespero e frustração, que habitamos um planetinha de merda no meio deste universo gigantesco, etc, etc, etc. Assim, passemos para outra visada.
Não sei qual é a verdadeira natureza do ser humano, mas não quero pensar o que todos querem que eu pense. Tenho uma dúvida que carrego desde que me entendo por ser humano. A pergunta é: Será que eu estou bem configurado? eu explico. Já viram aquele filme Matrix? Pois então. Talvez eu tenha algum erro de configuração, alguma falha na matrix que me impede de viver a vida confortávelmente, como um animal, como um suíno que pode ser considerado feliz quando encontra pasto para comer. Ou então, o ser humano é isso mesmo. Um ser que está sempre divagando, que está sempre se perguntando se não estaria melhor de outro jeito e nunca está satisfeito com o quinhão que lhe cabe. Sócrates uma vez afirmou que uma vida sem indagações não vale a pena ser vivida. Será? Talvez, se ele estiver certo, minha vida vale a pena, pois o que mais faço na vida é me indagar. Indagar se o que faco tem algum sentido, se estou vivendo minha vida plenamente, se estou acordado ou dormindo... Enfim...não é a toa que me formei em filosofia. Mas voltando, talvez eu esteja mal configurado. Um professor de Filosofia uma vez disse que os filósofos tem algum defeito genético que faz com que eles fiquem vendo problemas gigantescos onde a maioria das pessoas não vêem nenhum. É uma boa explicação.
Mas o problema continua. O que é o ser humano? Se eu estiver certo, e Sócrates errado (pretensão? Foda-se, o filósofo aqui sou eu porra), a verdadeira natureza do ser humano é não indagar. Por isso que buda afirmou que o homem comum é quase igual ao sábio. Mas enquanto o homem comum não indaga porque está conformado com sua natureza, não acha nada absurdo estar vivo, como se a vida não fosse espantosa, o sábio por outro lado, sabe o quanto a vida é um milagre mas não é tão estupido a ponto de ficar pensando e se indagando e sempre duvidando se o que vê é ilusão ou não. Ele sabe que tudo é ilusão! E assim, ele percebe que tudo o que vê tem como natureza fundamental a impermanência, mas sabe também que possui uma natureza eterna, em comunhão com Deus.
Acredito que ainda não alcancei minha verdadeira natureza, pois não consigo ver as coisas como elas são. Os objetos, pessoas, enfim, tudo o que vejo está contaminado com minhas crenças, minhas projeções, etc e tal. Tenho o vislumbre de uma natureza essencial do ser humano que transcende tudo o que vejo, como se eu estivesse dormindo ainda. A verdadeira natureza do ser humano é o amor. É a abertura para todos os seres e tudo o que está em sua volta, sem o obstáculo do ego. Neste estado que não sei se é mental ou não, os budistas acreditam em uma não mente, mas enfim. Neste estado, o ser humano percebe que o seu eu nem o de ninguém tem essencia, e se abre para o todo, para Deus. É aí que se pode vislumbrar a verdadeira natureza do ser humano, que é comunhão com o todo, com todos os seres. É aí que se pode amar e compreender a verdade. Mas chega de filosofia. Já me encheu, e talvez já te encheu também, querido leitor. Agora quero falar poeticamente, livremente, sem conceitos ou argumentos dogmáticos ou não. Chega!
...bem...O ser humano é sofrimento. Isso é fato. O ser humano é patético, o ser humano é odiável, o ser humano é paradoxal e contraditório, e por isso, o ser humano é humano. HA! EUREKA! O ser humano é odiável e amável ao mesmo tempo. É luz e sombra. É Deus e Diabo na terra do sol. É noite e chuva. É frio e quente. É bom e mal. É tudo e nada. O ser humano é um conjunto de opostos, é tudo o que os filósofos e religiosos e poetas e escritores e trabalhadores e operários e todas as pessoas já disseram! O ser humano é tudo. Não dá para falar de qualquer coisa sem estar falando do ser humano. Qualquer coisa que eu fale, estará diretamente ou indiretamente ligado ao problema do que é o ser humano. Enfim, eu podia falar sobre qualquer coisa que estaria falando deste tema específico: SER HUMANO! Mas o destino ou o que quer que seja quis que eu falasse tudo o que falei até agora. Agora, cabe a você julgar o que escrevi. Ou não.