terça-feira, abril 11, 2006

Ao abrigo do pensamento "racional"

Mamão faz cagar. Banana não deixa cagar. Ameixa faz cagar. Quanta diversidade!

A quem estou querendo enganar? Até rimou, não era um fato que podia se esperar, pelo menos não tão cedo assim... Perco o sono e fico rolando na cama, sem saco pra ler, sem saco pra me masturbar, e nesta eterna luta pra mais uma vez parar de fumar. "Tenho que sentir", penso eu, "Escutar o meu coração", e permaneço teimosamente pensando no assunto...

Do cume calmo do meu olho que vê, continuo separado do corpo e do mundo palpável, vulgo "mundo real". Mas para fugir ou talvez encontrar, vivo aqui no mundo das idéias quebradas, todas salvas num disquete pequeno, maroto. Mais ieu é qui num sô besta ué! e passo tudo rapidamente pra barriga dum computador cheio de lumbrigas e vírus. A ponte entre este mundo daqui e o mundo lá de baixo caiu. Acho que vou esperar o exército consertar pra mim...

Páre com isso, garoto observador! Tu precisa é sacudir a alma, botar os pézinhos pra sambar, peregrinar por aí em busca de um tesouro escondido, fazer uma tatuagem, levar o cachorro ao cinema, veja! Quanta coisa pode-se fazer! É...Mas não tenho a menor vontade de fazê-lo-o.

Mas tá na boa, tá tranquilo. E a vida vai passando, o destino se cumprindo e a síndrome do pânico se alimentando de pensamentos e emoções compactadas e afuniladas num canto do seu quadril, silenciosamente fazendo o seu trabalho. E você, que está tão feliz, um belo dia acorda e diz que não contava com essa, foi demais para você. Te pegou de surpresa este sentimento indefinido de terror que cresce sempre que você tenta amansiá-lo ou mesmo - olha que pretensão- controlá-lo. Teu ego está rodeado de lâminas mas você não as vê, e ao menor movimento você ao menos SENTE tua pele se cortando de cima a baixo, e a dor, a dor, esta sim é bem real. Só a dor é real, e você não sabe mais o que fazer, e afinal e por fim se desespera, pois sentimentos não são coisas com as quais você aprendeu a mexer, lidar, e muito menos manipular, seja na escola, em casa ou no motel.

Mas eis que surge! um objetivo na tua frente, e você, como não é bobo nem nada, começa a correr e a nadar e se arrastar em direção ao futuro que está sempre se afastando de você. Não desista seu fraco! continue a cavar tua cova e morra lá embaixo, ao menos assim, ninguém poderá te achar.

Sai caboclo ruim! Essa melancolia grunge não te cai nada bem, nunca coube, se é que você quer mesmo saber. Quanta coisa acontecendo! e você preocupado com ervas daninhas no quintal, querendo saber quem é mais forte ou o que há por debaixo de tantas máscaras...

Fica! Não subas, não desças, o mistério está é na tua vida! no caminho do meio eu me perdi, ora em cima, ora embaixo, nunca estive no meio, cabeção! Um coquinho na cabeça do pivete, ou melhor, do garoto, e a dor de se saber igualzinho a quem se odeia tanto. Sou igual a ele, por quem odiei por tanto tempo e conjurei as piores malidições. Sou igual a ele. Teu Nome não é mais Jesus ou Senhor, teu nome é Ironia.

Sonhos do passado me conquistam pelo mistério de não ter explicação. É a mística em seu estado mais puro e "RACIONAL"...Que beleza bebê, vai trocar a fraldinha e pára de falar merda.

E a vida! esta coisa tão imensa grudando em meus pés, que não deseja a ninguém que fique ou que vá , está apenas - e simplesmente - à disposição de qualquer um que mereça sofrer e viver mais uma vez...

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