Existe apenas na cabeça de ocidentais, principalmente na de linguísticos pós-modernos e desconstrutivistas transformados em estado, ou seja, o PT. Mas isso é outra história.
Fulano morreu, cicrano foi morto. Verbo estranho. Morrer. Eu morro, tu morres, ele morre, nós morremos e eles morrem e vão para o inferno, os Petistas, hehehe.
Mas o verbo mesmo me é estranho. Não é bem um verbo, morrer. Como é que alguém pode morrer? Eu não vou morrer, meu pai não vai morrer, meu avô não morreu. Por mais que você queira a minha morte, meu bem, não sei bem se é algo que posso lhe dar, me desculpe. O que pára de se mexer e se transforma em comida para vermes não somos nós, brasileiros, seres humanos dotados de capacidades surpreendentes de se auto-anestesiarem e suportar a tudo como patetas, mas um pedaço de carne inanimada. Morrer não é um verbo. Não é algo que alguém possa fazer, como comer ou foder ou escrever. Não existe a morte, assim como não existe o verbo morrer. É tudo uma verborragia sem sentido. Será que dá pra entender?
O que causa temor é a mentira, o falso, a ilusão de que um dia você vai morrer. Esqueça isso, só a Verdade liberta. E você não vai encontrá-la nos livros de sociologia, meu querido, muito menos em ondas de cogumelos. Talvez seja melhor fazer Yoga com o mestre de rose, talvez isso seja melhor para você.
quinta-feira, março 29, 2007
quarta-feira, março 28, 2007
Pouso forçado
O avião está caindo e não há ninguém na cabine de comando. Mas os passageiros não sabem disso - como tu, aliás -, e de repente - olha que coisa! -, de repente ficam preocupados com suas vidinhas, mas nenhum deles faz a menor idéia de como pilotar aquele ser grotesco e monstruoso e muito menos sabe como funcionam as engrenagens e mecanismos complexos daquela máquina infernal, indiferente aos uivos e lamentações (como toda máquina, aliás), seguindo seu rumo em direção à destruição total e completa. Não há nada a fazer, apenas aceitar o destino. Mas eles não aceitam. Alguns rezam, gritam e invocam santos, outros, em silêncioso desespero, seguram seu pequeno coração. Apenas um deles permanece calmamente sentado em sua poltrona e come seu jantar. Menu de bordo: língua ao molho madeira acompanhada de arroz branco e vinho chileno. Após o banquete, satisfeito, o senhor limpa os lábios com um guardanapo, fecha a mesinha na poltrona da frente e ajeita o cobertor. Permanece o tempo todo sereno, sem pensar em nada, apenas presente no momento presente. A senhora ao seu lado (uma das adeptas do desespero educado), toma um susto quando olha para o lado, pois só agora repara em suas vestes: uniforme de comandante e cap. Histérica ela grita: "Mas você não é o piloto?". O senhor calmamente vira o rosto, olha a velinha nos olhos e diz: "Não existe nenhum piloto". E sorri. Vira o rosto para o lado, fecha os olhos e dorme um sono sem sonhos.
segunda-feira, março 26, 2007
Bukowski
hello, how are you?
this fear of being what they are:
dead.
at least they are not out on the street, they
are careful to stay indoors, those
pasty mad who sit alone before their tv sets,
their lives full of canned, mutilated laughter.
their ideal neighborhood
of parked cars
of little green lawns
of little homes
the little doors that open and close
as their relatives visit
throughout the holidays
the doors closing
behind the dying who die so slowly
behind the dead who are still alive
in your quiet average neighborhood
of winding streets
of agony
of confusion
of horror
of fear
of ignorance.
a dog standing behind a fence.
a man silent at the window.
©2001 Linda Lee Bukowski reprinted with permission of Black Sparrow Press
this fear of being what they are:
dead.
at least they are not out on the street, they
are careful to stay indoors, those
pasty mad who sit alone before their tv sets,
their lives full of canned, mutilated laughter.
their ideal neighborhood
of parked cars
of little green lawns
of little homes
the little doors that open and close
as their relatives visit
throughout the holidays
the doors closing
behind the dying who die so slowly
behind the dead who are still alive
in your quiet average neighborhood
of winding streets
of agony
of confusion
of horror
of fear
of ignorance.
a dog standing behind a fence.
a man silent at the window.
©2001 Linda Lee Bukowski reprinted with permission of Black Sparrow Press
segunda-feira, março 19, 2007
Amizade
- Ô cara, pára de beber, tu já tá doidão. Falo porque sou teu amigo.
- Ihh, eu quero mais é que se fodam.
- Quem se fodam?
- Quem? Como quem?
- Você disse que quer mais é que se fodam. Quem tu quer que se foda?
- Tu! Quero que tu se foda!
- Tu quer que eu me foda? Mas eu sou teu amigo, rapá.
- Ah é? Então eu quero que tua mãe se foda.
- Ô rapá! Tá maluco? Toma cuidado!
- Ué, tu é meu amigo ou num é? Se tu for meu amigo mesmo, eu posso querer que tua mãe se foda, num posso? Posso ou num posso?
- Claro que não cara, que idéia!
- Como num posso? Então tu num é meu amigo, cara.
- Sou teu amigo. Sou teu amigo sim.
- Então eu quero que tua mãe se foda.
- Óóóó...
- Eu quero que ela se foda sim. E se tu é meu amigo, num tem problema deu querer. Eu quero é que ela se foda. Que ela se foda bem.
- Pára com essa porra, desgraçado!
- Ué, tu num era meu amigo?
- Minha mãe não, seu viado.
- Ahhhhh! Quer dizer que tu é meu amigo mas eu num posso falar mal da puta da tua mãe.
- Pára de falar da minha mãe senão eu te arrebento a cara!
- Mui amigo, hein? Amigo que é amigo num arrebenta a cara do outro.
- Então eu não sou teu amigo porcaria nenhuma, seu viado!
- Ah é? Então já que tu num é mais meu amigo, eu quero mais é que você e a tua mãe se fodam!
- Ihh, eu quero mais é que se fodam.
- Quem se fodam?
- Quem? Como quem?
- Você disse que quer mais é que se fodam. Quem tu quer que se foda?
- Tu! Quero que tu se foda!
- Tu quer que eu me foda? Mas eu sou teu amigo, rapá.
- Ah é? Então eu quero que tua mãe se foda.
- Ô rapá! Tá maluco? Toma cuidado!
- Ué, tu é meu amigo ou num é? Se tu for meu amigo mesmo, eu posso querer que tua mãe se foda, num posso? Posso ou num posso?
- Claro que não cara, que idéia!
- Como num posso? Então tu num é meu amigo, cara.
- Sou teu amigo. Sou teu amigo sim.
- Então eu quero que tua mãe se foda.
- Óóóó...
- Eu quero que ela se foda sim. E se tu é meu amigo, num tem problema deu querer. Eu quero é que ela se foda. Que ela se foda bem.
- Pára com essa porra, desgraçado!
- Ué, tu num era meu amigo?
- Minha mãe não, seu viado.
- Ahhhhh! Quer dizer que tu é meu amigo mas eu num posso falar mal da puta da tua mãe.
- Pára de falar da minha mãe senão eu te arrebento a cara!
- Mui amigo, hein? Amigo que é amigo num arrebenta a cara do outro.
- Então eu não sou teu amigo porcaria nenhuma, seu viado!
- Ah é? Então já que tu num é mais meu amigo, eu quero mais é que você e a tua mãe se fodam!
sexta-feira, março 02, 2007
Jogando xadrez no xilindró metafísico
Tu vai em cana se não gostar de mim, seu safado. queria eu ser um policial metafísico, pronto pra defender os interesses de Deus (ou seja, Eu) na terra prometida. Na certa eu sou o traidor, descendente direto de Judas, e você pode me malhar, ainda que eu esteja "cagando no deserto", o melhor filme que já existiu. Mas quem é você para me julgar, palhaço? Pelos meus cálculos, ainda tenho alguns lances de vantagem, mas é uma pena que o meu xadrez mental não seja tão bom assim, e ainda que Lula seja a besta, sua bancarrota é iminente. Isso é tudo o que consegui pensar hoje. É o suficiente para um escritor. Perdi meu texto original, e agora este que o substitui não me parece tão bom como o primeiro. É sempre assim. E nada é por acaso. Lulinha perderá sua coroa na terra do sol, quer você queira, quer não. RÁRÁRÁ! Enquanto eu continuar achando este inferno cheio de graça (sic), tudo estará bem. O humor é o meu pastor, e nada me faltará. Uma jogada de sorte é tudo o que preciso para te foder, desgraçado. Mas faça tu o que quiser, não quero me meter em patifarias. Enquanto isso, o sr. poeta continua a não-poetar sobre o mistério. Mas não te preocupes. Enquanto ainda tiveres amor no coração, tudo permanece divinamente bem. Um beijo, vovó, eu te amo.
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