Uma tristeza invade minha vida, sem pedir licença. Quem te chamou aqui? Estava tudo tão bem!!!!! De qualquer jeito, quer eu queira, quer não, ela está aqui. Como um parasita a me sugar toda a energia, a energia que fazia a máquina viver, a engrenagem rodar, com a missão de que tudo fique tão igual e monótono como estava. Que felicidade era minha vida! Como era bom meu tempo de máquina, uma máquina feita de pensamentos, meio enferrujada concordo, com alguns problemas de adaptação, mas nada que a tecnologia dos acontecimentos e do tempo não pudessem resolver. Eu era sim, uma máquina. Feita de pensamentos, que insistiam em ser logo contraditos, mas nada que o tempo não consertasse. Logo, tudo ficaria bem. Como estava.
Maldita tristeza que me apareceu, desfazendo meu sonho de continuar sempre sendo uma criançinha medíocre, que não desistia de dissolver todos os seus sonhos. Amaldiçoada seja essa tristeza, essa angústia que não cessa de me fazer crer que estou vivo, que devo olhar para minha existência como algo sagrado e infinitamente valioso. Mas que lástima! Será que não poderei mais me esconder entre máscaras que invalidam toda e qualquer experiência autêntica que eu possa ter? Nada mais de rotinas matematicamente calculadas, premeditando todo e qualquer risco que me faça acordar? Não terei mais uma vida completamente sem sentido, onde tudo e todos não possam me tocar onde realmente importa ser tocado? Onde pensamentos justifiquem o tempo todo minha posição tão confortável diante da vida, onde a filosofia, e haja tanta filosofia, que dê conta de tudo o que me faz hesitar diante do rio, correndo assustado e completamente desesperado quando meu pai me acena de sua canoa, feliz de ver minha disposição em substituí-lo na temível aventura que é a própria vida! como um torcedor na arquibancada de um estádio imenso que é a vida, criticando os jogadores, olha como eles são patéticos correndo atrás de uma bola, de um desejo,um objetivo, de um amor. Amaldicoada seja essa tristeza que me invade como um suplicar que diz "viva sua existência feliz."
Nenhum comentário:
Postar um comentário