- Faça de conta que você é uma mulher.
- Hummm... Uma mulher...
- Sim. Uma mulher bem gostosa.
- Tá. Sou uma mulher bem gostosa.
- Isso. Você é uma mulher bem gostosa.
- Ok. Sou uma mulher bem gostosa.
- Exato. Você está numa sala de aula.
- Beleza. Aula de quê?
- Filosofia.
- Legal.
- Você está tentando prestar atenção na aula. Mas tem um cara te olhando sem parar.
- Ele é bonito?
- Não. É feio como o diabo. Careca e barrigudo.
- Ok.
- Então tá. Está visualizando?
- Sim.
- Beleza. Vai lá.
- Eu levanto da minha cadeira e...
- Carteira.
- Como?
- Você se levanta da carteira.
- Certo. Me levanto da minha carteira e vou até o careca barrigudo.
- Legal. O careca fica te olhando, apavorado.
- "Ô seu careca viado! Por acaso você pode parar de me olhar e me deixar prestar atenção na porcaria da aula?"
- "Como? Mas eu não estou fazendo nada, senhora..."
- "Senhora é a puta da tua mãe."
- "Desculpe... Eu não quis ofender..."
- "Vai se fuder, ô careca babaca!"
- "Desculpe..."
- Aí eu volto para a minha carteira e continuo a prestar atenção na porcaria da aula de filosofia.
- Beleza. Acho que já deu. Você pegou o espírito da coisa.
- Sim. Já me sinto uma mulher de verdade. Só que uma mulher de verdade não faria isso.
- Não faria mas teria muita vontade de fazer.
- Verdade.
- Legal! Então vamos ensaiar mais uma vez.
- Ok. Estou na minha carteira, prestando atenção na aula e...
"Ô CARECA!!! TU TÁ OLHANDO O QUÊ, SEU BABACA?!!!"
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