domingo, agosto 10, 2008

reflexão da madrugada


"A arte genuína não conhece nem fim nem intenção."





extraído do livro: A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen.


Dito quando o aluno não estava conseguindo achar o equilibrio entre tensionar a corda sem tensionar o músculo, para então soltar a corda sem fazer tremer o corpo. Soltar a corda sem a intenção de soltar. Soltar a flecha sem a intenção de acertar o alvo. Extinguir o EU.



Sempre quando escrevo aqui no blog com intenção o texto fica uma merda. Me preocupo com quem vai ler, o que vão dizer. "Caraca esse texto agora vai virar um livro!" ou pior "Caraca! Algum dia alguém vai ler o nosso blog e vão querer publicar um livro! Eles são gênios!"
Quero chegar ao fim sem percorrer o caminho.



Sempre quando escalo com a intenção de atingir um objetivo ou de vangloriar meu ego ou ser prepotente perante os outros é sempre a minha pior escalada e quase nunca consigo. Mais uma vez querendo chegar ao fim sem percorrer o caminho. Hoje mesmo pela manhã fui tentar uma via que há 5 finais de semana estava tentando. Sempre com aquele sentimento de obrigação. Hoje entrei nela pensando assim "nem vou fazer ela toda, vou me divertir, se não conseguir foda-se". Fui fazendo a via e quando cheguei na agarra em que sempre caia, fiz o movimento sem pensar, e quando me dei conta a próxima agarra já estava ao meu alcance. Fiz a vida despreocupado e sem fazer força. Sem tensão, sem intenção.

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