terça-feira, abril 11, 2006
Encontro Astral
Vieram do mesmo lugar em que me apareceu um velinho pedindo um isqueiro na porta da PUC, em pé, de paletó surrado e com um café na mão. "Ninguém fuma por aqui", disse ele, ao passo que eu respondi de sopetão (também não sei de onde veio a minha frase, que despejei num ping-pong rapidíssimo): "Pois é rapaz (rapaz não era, talvez tenha sido um dia, ou quem sabe o é muito mais do que eu jamais fui), ninguém fuma mais!", e isso é bom, disse ele. Eu não soube o que responder e a conversa acabou. Me olhou nos olhos e me disse: "Sucesso". Eu agradeci, desejei o mesmo e fui-me andando de volta para onde tenho que ir, pensando que aquele tinha sido um encontro místico, o rosto do velho me era estranhamente familiar e desconhecido, sei que foi uma experiência mística, se não o foi, faço-a ser só de pensar que o foi. Aquelas palavras vieram do mesmo lugar de onde veio o velhinho místico, poderia ter sido o Senhor, é claro que foi o Senhor me dando um sinal, como não poderia ser? O encontro me deixou feliz, assim como suas palavras, e mais uma vez tento aqui escrever algo que venha daquele lugar, o mesmo lugar que pertence tudo o que não sabemos explicar, como aquela pessoa que dirige para nós quando estamos bêbados e - olha que incrível - não batemos o carro por milagre. Quem estava dirigindo o carro? Eu que não era. Quem passou a marcha e desviou daquele ônibus que vinha a toda velocidade? Não sei, assim como não sei o sentido da vida e a procedência daquelas palavras e o lugar de onde veio o velhinho místico que me pediu um isqueiro na porta da PUC quando eu tinha acabado de falar com você pelo telefone.
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